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MAIO DE 98/ÔNIBUS
Paralisação pode ocorrer quinta
Motoristas decidem
greve hoje em SP
da Reportagem Local
Os motoristas e cobradores da
cidade de São Paulo decidem hoje
em assembléia, às 16h, se entram
em greve a partir da próxima
quinta-feira, 21.
A probabilidade de que seja deflagrada greve, segundo o presidente do sindicato da categoria,
Gregório Poço, é grande . "Com o
que eles estão nos oferecendo, não
dá nem para negociar", diz.
Na semana passada, já houve
protestos em algumas linhas.
As principais reivindicações de
motoristas e cobradores são reajuste total de 19,04%, redução de
30 minutos na jornada de trabalho
e aumento no valor do vale-refeição, de R$ 6,20 para R$ 8,00.
Com o aumento de 19,04%
-equivalente ao reajuste de
11,11% mais 7,93% de aumento
real por produtividade-, o salário de motoristas e cobradores
paulistanos ficaria igual ao dos da
região do ABC.
Eles também pedem a manutenção do número de empregos, já
que, até o final deste ano, 21.700
cobradores deverão ser substituídos por catracas eletrônicas.
Os empresários consideram as
reivindicações "exageradas", e
oferecem um reajuste salarial de
3,15%, baseados no IPC (Índice de
Preços ao Consumidor) calculado
pela Fipe (Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas).
Segundo a prefeitura, os empregos dos cobradores estão garantidos por um decreto do prefeito
Celso Pitta de 23 de abril, que impede a demissão em razão da implantação das catracas.
Se aprovada, a greve deverá
ocorrer no mesmo dia para o qual
está marcada uma audiência de
conciliação entre empresas de ônibus e os sindicalistas no Tribunal
Regional do Trabalho (TRT).
A audiência, que deveria ter
ocorrido ontem, foi adiada por
impossibilidade de acordo.
O mesmo tribunal já determinou
em liminar que, em caso de greve,
circulem pelo menos 50% dos ônibus de cada linha. Quem descumprir a determinação está sujeito à
multa de R$ 100 mil por dia.
(MALU GASPAR)
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