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UNIVERSIDADES
MEC exige que dirigentes declarem quem está em greve
Reitores se reúnem em Brasília
para buscar saída para crise
FERNANDO ROSSETTI
da Reportagem Local
Os dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) se
reúnem hoje e amanhã, em Brasília, para definir uma posição em
relação à exigência do MEC (Ministério da Educação) de que eles
entreguem listas com nomes de
professores e funcionários que estão participando do movimento
grevista, desde 31 de março.
O MEC afirma que, no próximo
dia 25 -data prevista para o pagamento-, não vai repassar às universidades os salários do pessoal
que está participando da greve.
"Vamos decidir o que fazer
diante desse ofício (que determina
o envio das listas de grevistas ao
MEC) e tentar formular propostas
que possam pôr fim à paralisação
ainda esta semana", disse ontem
o presidente da Andifes (a entidade que reúne os dirigentes das universidades federais), o reitor José
Ivonildo do Rego.
Hoje, a reunião é da direção da
Andifes e, amanhã, do conjunto
dos dirigentes das 52 Ifes -que é,
portanto, quando deve sair uma
decisão final sobre a questão.
Os reitores têm se colocado desde o início do conflito como mediadores entre professores e MEC.
Mas o governo tem resistido a essa
mediação, já que identifica os
muitos reitores como aliados dos
grevistas.
De fato, reitores de pelo menos
dez universidades federais -como a do Rio de Janeiro e de Minas
Gerais- já declararam que não
seguirão a orientação dada pelo
MEC. Outros nove, porém, já entregaram informações.
Fato novo
O fato novo no impasse -o
MEC não negocia enquanto houver greve e os professores não
aceitam suspender a greve para
negociar- está surgindo agora
pelo lado da Andes (o sindicato
dos professores das federais).
Na semana passada, houve eleições para a diretoria da Andes e,
embora o resultado oficial ainda
não tenha sido divulgado, tudo indica que a atual diretoria -que
está liderando a greve- perdeu o
pleito para a oposição.
O presidente da chapa 2, de oposição, é o professor doutor de sociologia da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul Renato de
Oliveira, 44, tido como "mais
moderado" do que a atual presidente, Maria Cristina de Morais.
Ambos são ligados ao PT, mas
Oliveira defende, por exemplo,
que a greve atual deve ser encarada como uma questão específica
das universidades e não como um
movimento contrário a tudo que o
governo FHC vem fazendo.
Já a atual direção da Andes vincula a crise nas federais à chamada
"política neoliberal de FHC".
O Folha apurou que dentro do
MEC há um certo otimismo com a
eleição de uma nova direção para a
Andes, já que as relações com a
atual diretoria estão desgastadas.
O problema é que a nova direção
só assume no final de junho. E,
mesmo assim, a chapa 2 defende,
como a chapa 1, que as negociações ocorram com greve.
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