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São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2003

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Ameaças radicalizam movimento, diz sindicato

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do sindicato dos metroviários de São Paulo, Flávio Montesinos Godoi, disse que as ameaças de demissão no Metrô em razão do reajuste salarial tornam a categoria mais radical.
"Quando se está em um movimento radicalizado como estamos até agora, essas ameaças não ajudam, só radicalizam mais. O quadro de funcionários, hoje, já não é suficiente", afirmou Godoi, que, anteontem, defendeu que a paralisação não entrasse no segundo dia, mas foi derrotado dentro da diretoria do sindicato e teve de levar a proposta de continuidade da greve à assembléia.
O presidente do Metrô, Luís Carlos Frayze David, nega já haver uma definição da empresa sobre demissões. Diz, porém, que, se os salários aumentarem 18,13%, a companhia precisará cortar gastos -e os funcionários são as principais despesas. O comprometimento da folha de pagamento com salários, que hoje é de 68%, subiria para 81% com esse reajuste, faltando dinheiro para manutenção, por exemplo.
A greve dos últimos dois dias foi a primeira no Metrô desde 2001. A categoria também "comemora" neste ano 20 anos da primeira greve realizada no setor.
A atual diretoria do sindicato é composta por 42 integrantes. Ela é ligada à CUT (Central Única dos Trabalhadores) e controlada por militantes do PC do B, PT e PSTU.
A chapa que controla hoje a entidade é uma união de três movimentos sindicais. A Corrente Sindical Classista, ligada ao PC do B, tem, além do presidente, mais de 50% dos diretores. A Articulação, ligada ao PT, domina perto de 35% deles. O restante pertence à Alternativa, ligada ao PSTU.
Embora esta última seja a mais radical, a decisão de anteontem de manter a paralisação foi apoiada por todas as tendências -apesar da oposição de Godoi e dos diretores Wagner Fajardo e Onofre de Jesus. A eleição da nova diretoria no sindicato será no final de 2004.


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