São Paulo, Sábado, 19 de Junho de 1999
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Contaminação foi descoberta na Alemanha

do Conselho Editorial

A história da interdição do depósito de cal da Solvay começa, na verdade, na Alemanha, no ano passado.
As autoridades locais descobriram níveis alarmantes de contaminação do leite e da manteiga por dioxina. Exaustivas pesquisas levaram a localizar na ração diária do gado a fonte de contaminação: o CPP (Citrus Pulp Pellets ou farelo de polpa cítrica), utilizado na ração, continha concentrações 10 e até 12 vezes superiores ao máximo tolerado pelas autoridades sanitárias européias.
Em abril de 1998, a Comissão Européia, o braço executivo do conglomerado de 15 países europeus, proibiu a importação da CPP brasileira.
No ano anterior, mais de 1,3 milhão de toneladas tinham sido expedidas pelo porto de Santos, e a Europa chegou a acumular 94.900 toneladas de CPP, além de 11 mil toneladas de ração contendo farelo brasileiro.
O passo seguinte foi tentar determinar exatamente a causa da contaminação. Descartou-se, inicialmente, que ela pudesse ter ocorrido no processo de cultivo da laranja. A hipótese seguinte foi a do uso de tetracloroetileno no óleo combustível usado no sistema de secagem da polpa da fruta. Também essa suspeita foi afastada.
Foi então que se chegou à cal utilizada para absorver água da polpa e, com isso, torná-la mais neutra para uso na ração animal.
Daí em diante, laboratórios europeus como o Ergo (Hamburgo, Alemanha) e técnicos do Ministério da Agricultura do Brasil partiram para o passo final, que chegou à duas conclusões: a produtora do cal contaminado é a Solvay e a empresa que vendeu o produto contaminado é a Carbotex.
(CR)


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