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MEIO AMBIENTE
Para diretor da Solvay, pesquisas indicaram que seu produto não contém o mais perigoso elemento das dioxinas
Empresa admite "toxicidade limitada"
do Conselho Editorial
Rogério Fragale, diretor industrial da Solvay, diz que exaustivas
pesquisas feitas pela empresa comprovaram que, na cal por ela produzida, há de fato elementos tóxicos, mas não se encontra o mais
perigoso elemento das dioxinas,
qual seja o conhecido pela designação de 2378TCCD.
O que as pesquisas comprovaram é que há "alguns componentes
de toxicidade extremamente limitada". Por essa razão, a Solvay suspendeu tanto a produção quanto a
comercialização da cal em agosto
de 1998, justamente quando a Cetesb interditou o depósito.
"Podemos afirmar que a nossa
cal não é responsável pela contaminação da polpa cítrica, porque
as impressões digitais não coincidem com as da nossa cal", diz Fragale, que compara os testes feitos
com a cal ao exame de DNA para
verificação de paternidade.
Foi justamente a contaminação
da polpa cítrica, descoberta na
Alemanha (leia texto nesta página), que levou a União Européia a
proibir seus 15 países membros de
importar a polpa cítrica do Brasil.
De todo modo, como há inequivocamente elementos tóxicos na
cal da Solvay, a empresa contratou
uma análise de risco, que está sendo terminada pelo perito Flávio
Zambroni e deverá ser entregue no
mês que vem.
Uma vez que o laudo comprove
que não há risco na cal usada na
construção civil, a empresa pretende retomar a venda nesse segmento específico.
A Solvay, uma empresa que tem
o certificado de qualidade ISO
14001, se comprometeu com a Cetesb a apresentar também no mês
que vem um plano completo para
o problema representado pelo depósito de cal contaminado.
Para um futuro mais remoto, a
Solvay diz ter também planos para
evitar que as sobras de seu processo industrial (produtos químicos)
continuem alimentando o rio
Grande, que deságua justamente
na Billings, principal reservatório
de água para a Grande São Paulo.
José Luiz Saikali, promotor de
Justiça da área de Meio Ambiente
de Santo André, fará na próxima
semana, com dois técnicos do Ministério Público, uma visita à empresa para uma verificação in loco
da situação, em busca, entre outras
coisas, de certificar-se de que a cal
contaminada não foi vendida para
uso em fertilizantes.
Fragale diz que a empresa tem
afirmações da Minercal garantindo que a cal foi vendida apenas para fins de construção civil, mas admite que, no caso da Carbotex,
"existe algo mais".
Existe porque a Solvay vende à
Carbotex uma cal úmida (60% de
água e apenas 40% de cal virgem),
e esta mistura outras cales para
efeito de comercialização. Foi em
uma amostra da cal vendida pela
Carbotex que se detectou a presença de elementos tóxicos.
(CR)
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