CARLA CONTE
da Reportagem Local

Os jovens obesos vão ter mais uma oportunidade de reduzir o peso a partir de julho. Novo programa da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) vai abrir as portas da associação atlética para que os adolescentes previamente cadastrados façam gratuitamente exercícios físicos, com o acompanhamento de um profissional.
Atualmente, o Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente (CAAA), da Unifesp, já atende casos de obesidade, entre outros.
Em cada consulta realizada quinzenalmente, o jovem recebe orientações sobre nutrição e atividades físicas ideais para redução de peso.
"O que queremos é ter os pacientes mais perto, para podermos acompanhar melhor o processo e ajudar no emagrecimento", afirma Laura Cristina Cuvello, uma das coordenadores do CAAA. Cada aula terá uma hora de duração e ocorrerá duas vezes por semana.
Também serão convocados dois psicólogos para participar do processo de emagrecimento do jovem.
A importância do tratamento precoce da obesidade se deve ao risco que a criança tem de se tornar gorda quando chegar à fase adulta.
Cada criança ou jovem obeso tem 75% de chance de se tornar um adulto também obeso. Isso significa maiores riscos de doenças, como diabetes, hipertensão e colesterol alto.

Obesidade em alta
O número de crianças obesas tem aumentado. Segundo levantamento coordenado pelo endocrinologista Alfredo Halpern, hoje cerca de 30% da população entre 10 e 13 anos da cidade de São Paulo está obesa. "No início da década, esse índice era de 15%", afirmou.
O Ministério da Saúde chegou a criar no início do mês uma comissão para implantar o Plano para a Promoção da Alimentação Adequada e Estilos de Vida Saudáveis na Criança e Adolescentes. Os técnicos ainda estão em fase de estudo para depois definir metas.
A Sociedade de Pediatria de São Paulo também iniciou campanha contra a obesidade, ministrando cursos a profissionais da área para alertar sobre os riscos da obesidade.
Segundo os especialistas, o sedentarismo é uma das principais causas da obesidade juvenil. "Hoje, as crianças ficam muito mais paradas, na frente da TV, dos videogames", afirma Wilmar Jorge Accursio, da Sociedade Brasileira de Estudos sobre a Obesidade.
As crianças obesas devem ter cuidados também na alimentação. Trocar as refeições por lanches deve ser descartado.
Segundo a nutricionista Patrícia Bertolucci, é bom também evitar restaurantes tipo fast food, onde a maior parte das comidas são muito gordurosas -e calóricas.