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LIXO
Prefeitura vai instalar 5.000 pontos de entrega em modelo mais amigável e aposta no porta a porta para superar a ociosidade
Projeto duplicou a reciclagem oficial
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo com uma produtividade aquém do potencial, as centrais de reciclagem já foram responsáveis pela duplicação do índice de coleta seletiva oficial em
São Paulo -que passou de 0,03%
para 0,075%, mas não chegou a
1%, meta inicial para este ano.
"O percentual ainda é baixo,
mas, quando conseguirmos operar com toda a carga, vamos até
superar o que consideramos hoje
a capacidade máxima", diz Rubens Xavier Martins, coordenador da Coleta Seletiva Solidária.
"Eu não estou sendo otimista; é
preciso dar tempo para que tudo
se organize", completa. Segundo
Martins, uma certa ociosidade
inicial já era esperada. "Mas estamos um pouco abaixo do que
gostaria. Acho que, com a instalação das esteiras, poderemos, em
dois meses, aumentar o índice
médio de processamento de lixo
reciclável para 5% ao dia em cada
central já instalada", sustenta.
Sobre as razões para a demora
na colocação dos equipamentos,
Martins diz apenas que "é assim
mesmo". "A burocracia faz tudo
demorar mais no poder público."
O mesmo ele afirma em relação
aos folhetos para divulgar a coleta
porta a porta da cooperativa Tietê. "Eles próprios fizeram porque
têm mais agilidade e precisavam
do material "para amanhã"."
Ele diz que outras medidas irão
aumentar o material que chega
nas centrais. A coleta porta a porta e a substituição dos atuais Pontos de Entrega Voluntária (PEVs)
são as principais apostas.
Martins admite que os primeiros PEVs não foram bem aceitos.
A prefeitura recebeu reclamações
e em alguns locais retirou os pontos porque eles ficavam sempre
vazios. Além da falta de hábito de
levar o lixo até um local, a principal dificuldade enfrentada é a necessidade de colocar cada item reciclável separada e individualmente nos PEVs porque a abertura deles é muito estreita.
Segundo Martins, 5.000 novos
PEVs, semelhantes a contêineres,
onde é possível jogar sacos de material, estão sendo comprados e
devem começar a ser instalados
em agosto. As empresas que ganharem a concessão do lixo, prevista para 2004, também vão ter
de colocar mais 5.000 pontos e fazer um dia extra de coleta seletiva,
entregando todo o material às
centrais da prefeitura. "Não abandonamos as cooperativas à própria sorte", diz Martins.
Compras "recicláveis"
Antes de separar, limpar e entregar o material reciclável à coleta seletiva, é possível ajudar a reciclagem na hora de escolher que
produtos comprar. Quase todas
as embalagens têm o símbolo das
três setas que formam um círculo
ou triângulo, o que indica que são
recicláveis, mas não significa que
vão efetivamente ser recicladas.
Para completar o ciclo de reaproveitamento, elas têm de ser
compradas por empresas que vão
reutilizá-las como matéria-prima.
E o que ninguém quer comprar
acaba indo para o lixo comum.
É o caso das bandejas de isopor
que costumam embalar frutas, legumes e carnes pré-escolhidos ou
pré-fatiados. É recomendável escolher os próprios vegetais e pedir
que a carne seja cortada na hora.
Caixas do tipo longa vida também devem ser evitadas. Quem
trabalha na coleta seletiva de São
Paulo conta que só uma empresa
compra essa embalagem, e apenas mais de 12 t de uma vez -um
empecilho à reciclagem.
O primeiro passo, porém, é gerar menos lixo: produtos com
menos embalagem devem ser
priorizados.
(MARIANA VIVEIROS)
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