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DROGAS 3
Desafio é impedir proliferação
ONU quer
deter avanço
do ecstasy
ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local
O combate ao tráfico e a prevenção do uso de drogas no mundo
têm hoje dois desafios: dizimar 1,3
milhão de hectares de plantações
de cocaína, papoula (com a qual se
produz o ópio) e maconha e impedir a proliferação da considerada
droga do século 21, a anfetamina
-cujo principal expoente, entre
as ilegais, é o ecstasy (MDMA).
No entanto, para superar essas
metas, os países interessados terão
de enfrentar outros dois problemas: de um lado, uma organização
globalizada e moderna de traficantes, do outro, uma amadora e
desorganizada linha de produção
de drogas sintéticas (anfetaminas), mas que já tem em mãos, segundo a ONU, 30 milhões de consumidores no mundo -mais do
que a soma dos usuários de coca e
heroína (21,3 milhões).
Para o primeiro desafio, o
UNDCP (Programa das Nações
Unidas para o Controle Internacional de Drogas) fixou dez anos.
"A meta é acabar com a produção das plantas que originam a
maconha, o ópio e a cocaína até
2008. No entanto, é preciso haver
vontade política dos países", diz o
chefe de Operações do UNDCP, o
italiano Giovanni Quaglia.
Para isso, terão de ser controlados, segundo dados da ONU,
265,7 mil hectares de papoula,
179,2 mil hectares de coca e 940
mil hectares de maconha -estimativas mundiais de 1997.
No entanto, esse combate não
significa apenas repressão. "Temos de combater a economia do
crime organizado para chegar ao
grande traficante. Há a necessidade de pôr em prática leis de lavagem de dinheiro", afirma Walter
Maierovitch, que recentemente
aceitou indicação para a chefiar a
Secretaria Nacional Antidrogas.
"Os traficantes utilizam a melhor tecnologia e os melhores profissionais para movimentar o dinheiro rapidamente dentro do sistema financeiro. Com isso, dificultam o processo de investigação.
Precisamos operar com a mesma
rapidez", afirma Quaglia.
Segundo o presidente do Confen
(Conselho Federal de Entorpecentes), Luiz Matias Flach, essa característica de agilidade no mercado
financeiro e o desprezo pelas fronteiras conferem ao narcotráfico o
modelo globalizado.
"Se há um fenômeno onde a
globalização se apresenta como
evidente é o das drogas. É uma atividade lucrativa que envolve o
mundo todo", diz Flach.
O outro desafio é o controle da
expansão desenfreada das anfetaminas. "A questão das drogas ficou desarrumada com o surgimento dos sintéticos, que são a
grande ameaça para o século 21."
"A anfetamina é o grande problema que temos a enfrentar. Em
qualquer cidade você pode encontrar estabelecimentos familiares
que a produzem. Não há necessidade da indústria farmacêutica",
afirma Quaglia.
De acordo com ele, no momento, apenas os programas de prevenção podem impedir o avanço
das anfetaminas.
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