|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Combate depende do
governo paraguaio'
RUBENS VALENTE
da Agência Folha, em Campo Grande
O tráfico de drogas entre Brasil e
Paraguai deve crescer, devido à
instalação da base de um cartel de
narcotraficantes da Colômbia na
cidade paraguaia de Pedro Juan
Caballero (346 km de Campo
Grande), separada por apenas
uma rua de Ponta Porã (MS).
O superintendente da Polícia Federal (PF) em Mato Grosso do Sul,
José Francisco Mallman, revelou
que o cartel se instalou na cidade
paraguaia possivelmente no ano
passado e sua ação intensificou-se
a partir de janeiro último.
Mallman afirmou que o combate
ao grupo "depende do governo
paraguaio" e que o Brasil colabora na "troca de informações". No
primeiro trimestre deste ano, a PF
apreendeu 245 quilos de cocaína
em trânsito no Estado.
No ano de 97, foram apreendidas 7,5 toneladas de cocaína e maconha no Estado, cerca de 20% do
total apreendido dessas drogas pela PF no país no ano passado.
Reforçando as afirmações do superintendente, o juiz federal da 3ª
Vara Federal, Odilon de Oliveira,
denunciou que o cartel de Cali, na
Colômbia, está financiando fuga
de narcotraficantes de presídios de
Mato Grosso do Sul.
Desde janeiro de 97, 80 presos
escaparam do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande,
três dos quais diretamente ligados
ao cartel colombiano.
Há um ano, segundo o juiz, a PF
conseguiu abortar um plano de fuga de Jorge da Mota Graça, condenado a 25 anos e 7 meses de prisão
pelo tráfico de 661 kg de cocaína.
Para Oliveira, Graça é o principal representante do cartel de Cali
no Brasil, ao lado de seu irmão
Antônio Graça, o "Curica", que
cumpre pena em São Paulo.
Uma denúncia anônima garantia que o cartel de Cali estava gastando R$ 3 milhões para tirar Graça do presídio. O dinheiro serviria
para tentar corromper 22 PMs e
funcionários da Justiça e do Ministério Público.
O plano foi abortado, com a prisão de um empresário brasileiro.
Graça fugiu quase um ano depois.
Um dia antes de fugir, foi transferido para a cela onde havia o buraco. Dois agentes foram suspensos
e outros 60 estão sob investigação.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|