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Ritual inclui
orações
do enviado especial
As orações fazem parte do ritual das parteiras da floresta, assim como os chás de ervas e as massagens.
Quando são avisadas de que alguma mulher espera por elas, tomam primeiro um banho e partem rezando até o destino.
Dizem as parteiras que, antes de ajudar uma mulher em trabalho de parto, a forma como as orações são pronunciadas dirá se haverá ou não dificuldades.
As rezas se modificam em cada região, dizem as mulheres do Cais do Parto.
Mas os santos protetores, em geral, são os mesmos. Nossa Senhora do Bom Parto é a protetora mais conhecida. Mas há quem peça a ajuda de são Bartolomeu e de são Raimundo Nonato.
No nascimento
Há orações para cada momento do nascimento. Uma delas, dedicada a santa Margarida, é empregada quando a mãe tem dificuldade para expulsar a placenta.
"Santa Margarida", diz a oração, "não tô mais prenha, nem parida; tira de dentro de mim, isso que não me serve mais."
As mulheres da Rede Nacional de Parteiras querem que as mulheres conservem suas crenças e tradições, mas afirmam que o mais importante para as novas parteiras é a herança dos sentimentos.
A parteira tem, sobretudo, que respeitar o corpo da outra mulher, entender os seus momentos e as suas vontades, ser paciente e solidária.
Cordel
Um cordel do poeta de Caruaru Olegário Fernandes da Silva sobre "a história das parteiras tradicionais do agreste de Pernambuco" retrata a abnegação dessas mulheres.
"As parteiras tradicionais têm o dom da natureza; na hora do sacrifício, fazem a maior defesa; mostrando às suas comadres força, coragem e grandeza." Em outro trecho, afirma: "O cavalo é o único transporte para chegar em cima da serra; coragem, fé e amor enfrenta esta guerra; esta é a nossa missão enquanto viver na terra."
(AB)
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