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Preconceito
divulgado pela
Internet gera
"cyberfascismo"
ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local
No final do milênio, a Internet
tornou-se o principal meio de comunicação de divulgação de
idéias discriminatórias. A difusão
eletrônica de ideologias racistas já
tem nome: "cyberfascismo".
O uso da Internet e de outros
meios de comunicação para propagar preconceitos é discutido no
livro "Ensaios sobre Racismo"
(editora Conjuntura), do sociólogo Tulio Kahn, que será lançado
no próximo dia 22, em São Paulo.
"Há algo de diferente nessa nova forma de comunicação de
massa: uma maneira segura e
tranquila de exprimir preconceitos (...)", escreve Kahn, pesquisador do Ilanud (Instituto Latino-Americano das Nações Unidas
para a Prevenção do Delito e Tratamento do Delinquente).
O sociólogo aponta pelo menos
quatro fatores que tornam a Internet um meio cada vez mais utilizado e seguro para a divulgação
de preconceitos: custo baixo, garantia de anonimato, alcance
mundial e relação direta e compartilhada entre emissor/receptor
(via e-mail).
"As antigas formas de divulgação de idéias preconceituosas, os
fanzines, são tão arcaicos hoje
quanto o código Morse", afirma
Tulio Kahn.
O livro é composto por artigos
escritos entre 1992 e 98, resultados
de pesquisas sobre preconceito
no Brasil, nos Estados Unidos, e
também na Internet.
O autor apresenta ainda as características de atuação de grupos
neonazistas que surgiram em São
Paulo no início dos anos 90. Também discute o preconceito no sistema carcerário e a discriminação
na Justiça. Kahn cita, por exemplo, uma pesquisa realizada na
Penitenciária de Araraquara, em
97, que concluiu que os negros
condenados por homicídio receberam mais anos de prisão do que
os mulatos, e estes, mais anos de
condenação do que os brancos.
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