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URBANISMO
Grupo que assessora promotores constatou irregularidades nas obras de manutenção da ponte e na contratação de empresas
Relatório aponta falhas na Eusébio Matoso
DO "AGORA"
Obras de manutenção falhas, fiscalização frágil para coibir novos acidentes, sensores de altura sem utilidade e falta de um projeto que justifique a previsão de gastos de R$ 6 milhões para a reforma da ponte Eusébio Matoso (zona oeste), na marginal Pinheiros.
Essas são algumas das conclusões de relatório divulgado ontem pela Promotoria da Habitação e Urbanismo do Ministério Público sobre as obras da ponte, que tem
duas faixas interditadas desde o
dia 25 de julho quando um caminhão ficou preso no local, comprometendo sua estrutura.
O relatório foi feito pelo Instituto de Desenvolvimento Urbano
(IDU), que assessora a Promotoria. "A prefeitura não tem nenhum controle do que aconteceu
lá e do que está sendo feito. Não
tem documentos, não tem nenhuma orientação que diga como
fazer e o que deve ser feito", disse
Ivan Seixas, presidente do IDU.
Segundo ele, os engenheiros José Carlos Bettoni Masi e Carlos
Nilo Segura -que supervisionam as obras- disseram que a
empresa GTP, contratada em caráter emergencial (sem licitação),
não é especializada em perícia.
O relatório constata ainda que
apenas a demolição do trecho
comprometido necessita de uma
obra de emergência e que não foi
"transparente" o processo de contratação das empresas.
Segundo Seixas, não há um projeto que justifique o valor da obra.
"Há só a decisão, baseada somente na experiência profissional dos
engenheiros", disse Seixas.
O laudo recomenda a instalação
de uma viga metálica no lugar da
viga que teve de ser implodida e a
interdição do tráfego de caminhões no local. Além disso, propõe "que seja garantida a análise
de projetos alternativos de reforma e alteração do gabarito da
ponte, dentro de um processo de
licitação aberto e transparente."
Segundo o promotor de Justiça
e Urbanismo Carlos Alberto
Amin Filho, a partir de hoje serão
ouvidas as empresas envolvidas
nas obras. Deu prazo de dez dias
para que a prefeitura preste novos
dados sobre o caso e afirmou que,
se forem confirmadas as irregularidades, poderá entrar na Justiça
com uma ação civil pública.
Procurada pela reportagem, a
assessoria de imprensa da Secretaria de Infra-Estrutura Urbana
informou que o secretário Roberto Luiz Bortolotto não havia sido
informado sobre o relatório e não
deu retorno sobre as afirmações
feitas pelo presidente do IDU.
Em agosto, a secretaria foi notificada de que, em caso de novo
acidente, a ponte poderia cair.
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