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Pedida prisão preventiva de distribuidores
da Reportagem Local
O delegado Guerdson Ferreira,
do 1º DP de Santo André, que investiga a comercialização do remédio Androcur falso para vários
hospitais do país, pediu ontem a
prisão preventiva de José Celso de
Castro Machado, dono da Ação
Distribuidora, e de mais outros
cinco distribuidores de medicamentos envolvidos no caso.
Todos já estão presos em Santo
André por meio de mandados de
prisão temporária de 30 dias. Se o
pedido de prisão preventiva for
aceito, os acusados responderão
ao processo judicial na cadeia.
O consumo de Androcur falso
teria acelerado a morte de dez
doentes de câncer de próstata.
Durante acareações realizadas
ontem, com a presença de Castro,
do comerciante de medicamentos
Elcio Ferreira da Silva, do dono da
distribuidora Canaã, José Bueno
Alves, e dos distribuidores Chafic
Rassou Neto e José Antonio Oliveira, o dono da Ação manteve a
versão de que comprou o Androcur falso de várias fontes.
Alves, Neto e Oliveira, entretanto, mantiveram o que já vinham
afirmando para a polícia -Castro
comprou todo o Androcur de Elcio Ferreira da Silva e eles apenas
teriam assinado notas fiscais a pedido do dono da Ação.
Além das notas forjadas, os distribuidores teriam assinado cartas
com os timbres de suas empresas,
com justificativas e textos semelhantes, afirmando que venderam
Androcur para a Ação e que o produto havia sido comprado da Distribuidora Minister, sem que soubessem que o lote 351 era falso.
A Minister está falida desde 1996,
mas Elcio Ferreira da Silva, segundo a polícia, usava notas da distribuidora para fazer seus negócios.
Quando foi preso, em janeiro deste ano, Silva tinha notas em branco da empresa.
O próprio Silva, usando papel
timbrado da distribuidora
Symbolus, registrada na Junta Comercial de São Paulo como uma
empresa de importação e exportação de artigos de armarinho, assinou uma carta afirmando ter
comprado o produto da Minister.
As cartas estão entre os documentos que fazem parte dos sete
volumes que compõem o inquérito que apura a venda do Androcur
falso.
O delegado Ferreira, independente da acareação, que segundo
ele não trouxe novidades para a
investigação, pediu a prisão preventiva de todos os acareados e
também de Haroldo de Abreu, da
distribuidora Pas, que também teria vendido Androcur para Castro.
Anteontem, a polícia libertou
um dos sete acusados: Antonio Linares Lázaro. Segundo Ferreira,
não ficou clara a ligação do comerciante, que é investigado em
um inquérito na Delegacia de Crimes Contra o Consumidor (Decon), com a distribuição do Androcur falso.
(MARCELO OLIVEIRA)
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