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EDUCAÇÃO
Ministro fala em corte de gastos em 99, mas diz que verba menor se deve a liminares contra o salário-educação
MEC suspende construção de escolas no Sul
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre
O ministro da Educação, Paulo
Renato Souza, disse ontem em
Porto Alegre que o governo federal vai cancelar os programas de
construção de escolas nas regiões
Sul e Sudeste em 1999.
Além disso, deve diminuir em
30% a previsão inicial de expansão
do programa de informatização
escolar para os ensinos fundamental e médio. Devem deixar de
ser distribuídos às escolas cerca de
30 mil computadores.
As declarações do ministro pressupõe vitória do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB)
nas eleições de outubro.
O motivo, segundo o ministro, é
que a arrecadação com o salário-educação este ano está sendo
20% menor que a prevista. Isso se
deve a ações judiciais movidas por
empresas -que são obrigadas por
lei a recolher 2,5% da folha de pagamento para compor uma espécie de fundo do salário-educação.
As empresas conseguem liminares
para não pagar a contribuição.
O governo está contestando essas ações no STF (Supremo Tribunal Federal).
"O salário-educação significa o
dinheiro que gastamos com livros
didáticos, com repasse de dinheiro direto para a escola, com os
programas de treinamentos para
professores. Todos os programas
de melhoria da qualidade do ensino fundamental, como construções escolares, são financiados pelo salário-educação", disse ele.
Para o ano que vem não haverá
programas federais de construção
escolar "em consequência dessa
redução na arrecadação, já que os
recursos serão concentrados no
treinamento de professores".
O ministro fez, porém, uma ressalva em relação ao Norte, ao Nordeste e ao Centro-Oeste, onde as
construções de escolas serão financiadas pelo Bird (Banco Interamericano de Reconstrução e
Desenvolvimento).
Já em relação ao corte previsto
para o Proinfo (Programa Nacional de Informática na Educação),
o governo vai se limitar, portanto,
à atual previsão de colocar 100 mil
computadores nas escolas em 99.
Na primeira fase do programa,
serão distribuídos cerca de 29, 7
mil computadores para 2,6 mil escolas. A distribuição deve começar a partir de outubro.
Orçamento
Sobre o Orçamento da União,
Paulo Renato afirmou que "serão
mantidos, em educação e saúde,
os repasses financeiros dos primeiros oito meses do ano".
"A orientação do governo é que
os cortes que tenham de ser feitos
no Orçamento sejam minimizados nas áreas da educação e da
saúde. Se é para ter a opinião do
ministro, o ministro diz que não
está preocupado com cortes na
educação", disse O Orçamento da
Educação é de R$ 11 bilhões.
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