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JUSTIÇA
Para Dias, pressão social reduziu os casos
Tortura não pode ficar impune, diz ministro
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
da Agência Folha
O ministro da Justiça, José Carlos Dias, disse que casos de tortura e morte de suspeitos pela polícia, como os publicados pela Folha, não podem ficar impunes.
Na edição de ontem, um policial militar paulista revelou que
sua patrulha demorava para levar suspeitos feridos aos hospitais para que morressem sem o
socorro necessário. Em outro caso, um investigador do Pará descreveu a tortura sistemática de
presos e suspeitos para obter
confissões de crimes.
"Importante é que fatos como
esses relatados não fiquem impunes, porque são absolutamente inadmissíveis", disse o ministro, em Porto Alegre, onde participou do 19º Encontro Nacional
de Defesa do Consumidor.
"Infelizmente, casos de tortura
continuam existindo, embora
em menor escala comparativamente ao passado".
O ministro disse que a redução
dos casos de tortura pela polícia
é consequência "da pressão por
parte da sociedade civil e por
parte também de órgãos do Poder Público".
O Ministério da Justiça não tomará nenhuma providência em
relação aos casos relatados. "Pelo
que estou vendo são fatos de
competência estadual", disse
Dias, referindo-se aos governos
de São Paulo e Pará, onde ocorreram os casos relatados.
Os secretários estaduais da Segurança Pública se reunirão, no
início de novembro, para buscar
uma integração entre as Polícias
Civil e Militar e delas com a Polícia Federal, que se dedica ao
combate do crime organizado,
principalmente o narcotráfico.
A PF deverá dar apoio às policiais estaduais, conforme Dias.
"É uma prioridade do governo
enfrentar o crime organizado,
principalmente o narcotráfico,
porque, a partir dele, muitos outros crimes, como roubo de carga e tráfico de armas, ocorrem",
disse o ministro.
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