São Paulo, terça-feira, 19 de outubro de 2004

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PERNAMBUCO

Vítimas estavam perto da saída da garagem; moradores de prédio vizinho foram autorizados a retirar pertences

Mais 2 corpos são achados sob escombros

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Mais dois corpos foram encontrados ontem sob os escombros do edifício Areia Branca, de 12 andares, que desmoronou na noite de quinta-feira passada, em Jaboatão dos Guararapes (região metropolitana de Recife, PE).
Com isso, subiu para três o número de mortos no acidente. Uma pessoa ainda está desaparecida. Das vítimas encontradas ontem, apenas uma havia sido reconhecida até as 22h, o bombeiro Alcebíades Júnior, 32.
Os corpos estavam na rampa de acesso à garagem do subsolo, onde Alcebíades Júnior, que trabalhava como segurança do condomínio, acompanhava o trabalho de avaliação da estrutura do prédio, realizado por operários de uma empresa.
Quatro pessoas foram soterradas: o bombeiro, o porteiro Antonio Félix dos Santos, 38, e os operários Ivanildo Martins dos Santos, 21, e Cícero Júnior Lima da Silva, 21. O corpo do porteiro foi encontrado sexta-feira.
As equipes de resgate trabalhavam com a possibilidade de encontrar as vítimas ainda com vida. Equipes de 40 bombeiros se revezavam em turnos ininterruptos. Tratores e caminhões retiravam toneladas de entulhos.

Vigília
Às 11h20, as máquinas pararam. Os policiais militares formaram um cordão humano para isolar a área, que já estava cercada por cordas. O anúncio de que um corpo havia sido encontrado provocou apreensão entre parentes e amigos dos desaparecidos, que permaneciam em vigília.
A tensão aumentou às 13h, ainda durante a tentativa de resgate, quando mais um corpo foi localizado. A quantidade de pedras e o risco de deslizamento dificultaram os trabalhos dos bombeiros, que só conseguiram retirar uma das vítimas no final da tarde.
Antes mesmo de os corpos serem removidos, as famílias dos desaparecidos seguiram para o IML (Instituto de Medicina Legal), em Recife, onde seria feito o reconhecimento.

Interdição
A área próxima ao desmoronamento continua interditada, e não há previsão de quando a situação será normalizada.
Ontem, moradores de um dos prédios vizinhos ao Areia Branca, o Vilma Lúcia, foram autorizados a retornar aos apartamentos, em pequenos grupos, para a retirada de objetos pessoais.
A mesma autorização foi negada aos moradores do edifício Solar de Piedade, atingido por destroços do desabamento. Apesar do parecer inicial de peritos, que não constataram danos na estrutura do prédio, os apartamentos deverão continuar fechados por pelo menos 30 dias.
Esse é o tempo esperado para que sejam realizados os reparos necessários no edifício, que apresenta buracos com até quatro metros de extensão nas paredes laterais, em 5 dos 12 andares.
O edifício Areia Branca desabou às 20h30 de quinta-feira, após uma série de estalos ouvidos desde terça-feira. As famílias deixaram o local às 2h do mesmo dia.
O prédio, situado em uma região de classe média alta de Jaboatão dos Guararapes, no bairro de Piedade, a 50 metros da praia, tinha 12 andares, com dois apartamentos de 220 metros quadrados cada um por andar.
As causas do acidente ainda são desconhecidas. A Polícia Civil abriu inquérito ontem para apurar eventual responsabilidade criminal no caso.


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