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ENSINO SUPERIOR
Instituições que aderirem ao Prouni poderão criar uma vaga por bolsa integral e selecionar os alunos
Faculdade pode criar vaga em troca de bolsa
LUIS RENATO STRAUSS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O decreto que regulamenta o
Prouni (Programa Universidade
para Todos) aumenta os benefícios para as instituições de ensino
superior que aderirem ao programa. Além da isenção fiscal, os estabelecimentos poderão criar vagas para compensar as bolsas
concedidas. Em troca de cada bolsa integral ou de duas parciais oferecidas, uma vaga paga poderá ser
criada pela instituição.
O Prouni é um programa do governo federal que tem como objetivo inserir estudantes de baixa
renda no ensino superior privado,
que tem 1,7 milhão dos 2 milhões
de vagas de ensino superior.
O número de vagas ociosas nas
universidades particulares brasileiras chegou a 726 mil no ano
passado, um crescimento de
439% em relação a 1998.
Publicado ontem no "Diário
Oficial" da União, o decreto autoriza todas as instituições de ensino superior a criar vagas para acomodar as bolsas de estudo oferecidas pelo programa -uma para
cada nove pagantes em cada curso. Hoje, a legislação dá autonomia somente para universidades e
centros universitários ampliarem
as vagas sem aval prévio do Ministério da Educação.
O decreto de ontem dá o benefício também para todos os outros
tipos de instituição de ensino, como faculdades, escolas e institutos, que oferecem cerca de 40%
das vagas no ensino superior. O
aumento é "restrito ao número de
bolsas integrais oferecidas pela
instituição".
A instituição que aderir ao
Prouni deixará de recolher o Imposto de Renda, a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), a Cofins (Contribuição para
Financiamento da Seguridade Social) e o PIS (Programa de Integração Social).
Segundo o MEC, os tributos levam cerca de 10% do faturamento
bruto das universidades. A isenção deve começar assim que o termo de adesão for assinado, ou seja, dois meses antes do início da
concessão de benefícios. O governo estima que a renúncia fiscal
chegue a R$ 122 milhões por ano.
A meta do governo é oferecer
em dois anos 180 mil bolsas integrais ou parciais pelo programa.
O processo de pré-adesão das
universidades começa hoje e segue até 5 de novembro. Os candidatos às bolsas integrais e/ou parciais poderão fazer a sua inscrição
de 22 de novembro a 10 de dezembro para as instituições que serão
selecionadas pelo MEC. A classificação dos estudantes deve sair na
semana seguinte.
Seleção
No dia 22 de novembro, as universidades selecionadas pelo Ministério da Educação estarão no
site www.mec.gov.br/prouni. Lá
haverá a relação das instituições,
quais os cursos que oferecem, a
quantidade de vagas e os turnos.
O estudante poderá escolher pela
internet até cinco opções. Só serão
aceitos estudantes que fizeram a
prova do Enem (Exame Nacional
do Ensino Médio) deste ano, cujo
resultado deve sair neste mês.
Para as bolsas integrais, poderão concorrer alunos vindos da
escolas pública ou bolsistas da rede privada que tenham renda familiar per capita de até um salário
mínimo e meio (R$ 390). Para as
bolsas parciais (50%), a renda per
capita não deve ultrapassar três
mínimos (R$ 780). Segundo o
MEC, cerca de 750 mil estudantes
se encaixam nesse perfil.
A classificação dependerá da
nota no Enem -os que obtiverem as melhores notas terão preferência. Esse processo será feito
pelo MEC. As universidades podem submeter os alunos a uma
avaliação e não aceitá-los, caso
não passem no teste. O aluno deve
ser realocado no sistema.
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