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ELEIÇÃO
Oito chapas disputam o pleito, que ocorrerá no dia 27 de novembro; mais de 170 mil advogados de SP podem votar
Corporativismo domina sucessão na OAB
ROBERTO COSSO
DA REPORTAGEM LOCAL
Discussões corporativas são o
mote central do debate entre as
oito chapas que estão em campanha para comandar a seccional
paulista da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). A eleição
ocorre no próximo dia 27.
Nunca houve tantas chapas inscritas em São Paulo -cada uma
tem 103 candidatos. Em 2000,
apenas dois grupos concorreram.
Em 1997, foram cinco.
Nenhum dos grandes temas nacionais, como a reforma do Poder
Judiciário e a redução da maioridade penal, está entre as principais bandeiras dos candidatos à
presidência da maior seccional da
entidade que foi responsável pela
elaboração do pedido de impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello.
Os candidatos alegam que a
classe está empobrecida e priorizam questões como a redução da
anuidade cobrada dos profissionais e o aumento de serviços oferecidos pela OAB-SP.
A anuidade custa R$ 550 e o índice de inadimplência é de 30%.
Já foi mais alto, mas um recadastramento de advogados promovido pela entidade obrigou a quitação das dívidas. Quem atrasa o
pagamento é punido com multa
de 2% e juros de 1% ao mês, além
da correção do débito pela inflação (IGPM).
Todos os candidatos se dizem
contrários à forma de reajuste do
saldo devedor. A maioria afirma
considerar o valor da anuidade
elevado, mas ninguém determina
o quanto pretende reduzir.
Os candidatos também falam
na ampliação dos serviços oferecidos pela OAB-SP. Os candidatos
Carlos Ergas, Luiz Flávio Borges
D'Urso, Rosana Chiavassa e Valter Uzzo dizem que a entidade
fornecerá gratuitamente aos advogados os recortes de publicações de andamentos processuais
no "Diário Oficial" -esse serviço
é feito pela AASP (Associação dos
Advogados de São Paulo) e cobrado dos profissionais.
Já os candidatos Roberto Ferreira e Dino Fiore Capo defendem a
criação do Hospital do Advogado.
Os outros dois candidatos dão
menos ênfase à criação de novos
serviços. Clito Fornaciari Júnior
diz que pretende contratar advogados para defender as prerrogativas da classe. Vitorino Francisco
Antunes Neto quer fazer uma
campanha institucional para
mostrar o papel das prerrogativas
na garantia da cidadania.
As garantias para o exercício da
advocacia preocupam a todos.
Eles foram unânimes em reclamar da imposição de restrições
para que advogados visitem clientes presos e em atacar proposta de
monitoramento de conversas entre advogados e clientes.
A maioria dos candidatos defende que a OAB-SP tenha poder
de veto na análise de pedidos para
criar novos cursos jurídicos. Eles
consideram adequado o grau de
dificuldade do exame da OAB-SP,
mas alguns querem o fim de "pegadinhas" e outros defendem o
exame oral.
Os candidatos dizem acreditar
que a reprovação de mais de 80%
dos alunos no exame da OAB-SP
é resultado da baixa qualidade do
ensino jurídico.
Todos os candidatos também
defendem a revisão do convênio
firmado entre a OAB e a Procuradoria Geral do Estado, por meio
do qual profissionais inscritos no
programa prestam assistência judiciária a quem não pode contratar um advogado. Eles recebem
menos do que o mínimo previsto
na tabela da OAB.
Outra unanimidade é a atuação
do Tribunal de Ética da OAB. Todos defendem a idéia de que o tribunal deveria julgar os processos
com mais agilidade, para punir
com maior rapidez os advogados
infratores e para isentar mais rapidamente os inocentes.
A maioria dos candidatos defende uma atuação mais criteriosa do juízo de admissibilidade do
tribunal, que verifica as situações
em que as representações feitas
contra advogados devem ser
transformadas em processo.
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