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Ação coletiva gera maior polêmica
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos temas de maior controvérsia entre os candidatos à presidência da OAB-SP é a questão das
ações coletivas (que beneficiam
toda a sociedade) propostas pela
entidade. Muitos advogados afirmam que perdem clientes com
esse tipo de ação. Mas os defensores da prática afirmam que o interesse da sociedade deve prevalecer sobre o da classe.
Em 1999, por exemplo, a OAB-SP entrou com uma ação civil pública e conseguiu decisão favorável para mudar a forma de correção de quase todos os contratos
de leasing vinculados ao dólar firmados no Estado de São Paulo.
Com isso, muitos advogados que
atuam na área perderam clientes.
Enquanto alguns candidatos dizem que não irão propor ações
coletivas com repercussão patrimonial, outros defendem a política atual da entidade em relação ao
tema. É o caso de Valter Uzzo, para quem a OAB "eventualmente
pode fazer algumas ações no interesse da sociedade, mas de forma
não-corriqueira".
O candidato Vitorino Francisco
Antunes Neto, apoiado pelo atual
presidente da OAB-SP, afirma
que "houve alguns excessos" na
atuação da entidade. Ele cita como exemplos a ação que questionou os contratos de leasing e uma
ação sobre planos de saúde.
Luiz Flávio Borges D'Urso diz
que a OAB não pode omitir-se nas
questões de interesse da sociedade. "Vamos discutir as questões
na diretoria, devemos analisar caso a caso."
A candidata Rosana Chiavassa
diz ser contra esse tipo de ação
quando pode haver repercussões
no mercado de trabalho. Mas diz
ser a favor "nas situações em que
ninguém vai procurar um advogado". Cita como exemplos pequenos erros em contas telefônicas ou de energia elétrica ou na
cobrança de tarifas bancárias.
Clito Fornaciari Júnior diz que a
OAB deve mover ações "em assuntos de grande relevância, nos
grandes assuntos da cidadania".
Mas, segundo ele, a entidade não
pode mover ações sobre direitos
patrimoniais.
Roberto Ferreira diz que a ação
sobre o leasing não beneficiou "a
classe excluída". Segundo ele, a
OAB não pode "dificultar ainda
mais o exercício da advocacia".
O candidato Carlos Ergas diz
que a OAB e o Ministério Público
não têm legitimidade para mover
ações com efeito patrimonial.
Dino Fiore Capo disse que sua
opinião depende do caso.
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