São Paulo, segunda-feira, 19 de dezembro de 2005

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OUTRO LADO

Polícia nega que situação esteja fora de controle

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois do aumento populacional desacompanhado de obras de infra-estrutura, agora é o tráfico de drogas que cresce e já faz conexões com facções criminosas do Rio, como o Comando Vermelho.
Para a polícia do litoral paulista, essa é a explicação para o aumento da criminalidade na região. Mas os policiais indicados pela Secretaria da Segurança Pública para falar sobre o problema negam que a situação esteja fora de controle.
Segundo o coronel Sérgio Teixeira Alves, comandante da Polícia Militar no Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira, o policiamento ostensivo e o serviço de inteligência já constataram relações entre traficantes locais e facções criminosas do Rio.
"Ainda não verificamos relações de comando. Por enquanto, há apenas troca de informações e apoio logístico eventual", afirmou o coronel. Segundo ele, o Comando Vermelho não teria o controle de áreas no litoral norte.
"Existe o vazio do poder. Em algumas áreas, o Estado não está satisfazendo as necessidades básicas e o tráfico se aproveita disso", afirmou o oficial. Ele também relaciona o crescimento do tráfico ao aumento de roubos. "Em muitos casos, os roubos são feitos por viciados", diz. Ele afirma, no entanto, que roubos a casas de veraneio não são expressivos, só chamam mais atenção em relação ao total de casos.
O delegado Paulo Bicudo, diretor do Deinter (Departamento de Polícia Judiciária do Interior) de São José dos Campos -que abrange o litoral norte- também explica o aumento no número de homicídios pelo crescimento do tráfico de drogas. "O tráfico está começando a se organizar. Agora é hora da polícia mostrar que ali não há espaço", afirmou.
Durante a Operação Verão, o litoral norte vai receber 254 policiais civis a partir do dia 21 e 500 PMs a partir do dia 26. Isso representa aumento de 100% do efetivo.
Segundo o coronel Alves, o batalhão em São Sebastião recebeu um reforço definitivo de 10% (45 PMs) no último mês. Bicudo afirma que de 46 investigadores que serão destinado ao Deinter, boa parte deve ser deslocado para o litoral norte.
"[A situação] não é a ideal, mas também não é uma calamidade", afirmou o coronel. "As áreas complicadas são Caraguatatuba e São Sebastião. Mas os índices são suportáveis", afirma o delegado. (GP)


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