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OUTRO LADO
Polícia nega que situação esteja fora de controle
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois do aumento populacional desacompanhado de
obras de infra-estrutura, agora
é o tráfico de drogas que cresce
e já faz conexões com facções
criminosas do Rio, como o Comando Vermelho.
Para a polícia do litoral paulista, essa é a explicação para o
aumento da criminalidade na
região. Mas os policiais indicados pela Secretaria da Segurança Pública para falar sobre o
problema negam que a situação esteja fora de controle.
Segundo o coronel Sérgio
Teixeira Alves, comandante da
Polícia Militar no Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra da
Mantiqueira, o policiamento
ostensivo e o serviço de inteligência já constataram relações
entre traficantes locais e facções criminosas do Rio.
"Ainda não verificamos relações de comando. Por enquanto, há apenas troca de informações e apoio logístico eventual", afirmou o coronel. Segundo ele, o Comando Vermelho não teria o controle de
áreas no litoral norte.
"Existe o vazio do poder. Em
algumas áreas, o Estado não está satisfazendo as necessidades
básicas e o tráfico se aproveita
disso", afirmou o oficial. Ele
também relaciona o crescimento do tráfico ao aumento
de roubos. "Em muitos casos,
os roubos são feitos por viciados", diz. Ele afirma, no entanto, que roubos a casas de veraneio não são expressivos, só
chamam mais atenção em relação ao total de casos.
O delegado Paulo Bicudo, diretor do Deinter (Departamento de Polícia Judiciária do Interior) de São José dos Campos
-que abrange o litoral norte- também explica o aumento no número de homicídios
pelo crescimento do tráfico de
drogas. "O tráfico está começando a se organizar. Agora é
hora da polícia mostrar que ali
não há espaço", afirmou.
Durante a Operação Verão, o
litoral norte vai receber 254 policiais civis a partir do dia 21 e
500 PMs a partir do dia 26. Isso
representa aumento de 100%
do efetivo.
Segundo o coronel Alves, o
batalhão em São Sebastião recebeu um reforço definitivo de
10% (45 PMs) no último mês.
Bicudo afirma que de 46 investigadores que serão destinado
ao Deinter, boa parte deve ser
deslocado para o litoral norte.
"[A situação] não é a ideal,
mas também não é uma calamidade", afirmou o coronel.
"As áreas complicadas são Caraguatatuba e São Sebastião.
Mas os índices são suportáveis", afirma o delegado.
(GP)
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