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São Caetano lidera roubo de veículos
LUCAS NEVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Às vésperas de completar 28
anos, o advogado Carlos Augusto
Antunes abria o portão de casa,
em São Caetano, quando foi abordado por um jovem armado.
Quatro dias depois do assalto, em
3 de setembro deste ano, o aniversário foi comemorado sem o celular e o Corolla. ""Acho que é para
levar para outro país", especula.
A história do advogado é uma
das 929 que fizeram o coeficiente
de roubos de veículos por 100 mil
habitantes crescer 70% na cidade,
na comparação de janeiro a setembro deste ano (675,23) com o
mesmo período de 2004 (398,23).
Os números colocam a cidade à
frente de Santo André na "disputa" pelo primeiro lugar do ranking paulista de coeficientes de
roubos de veículos.
Desde que a Secretaria de Segurança Pública passou a divulgar
números por município, em 1999,
as localidades se alternam no topo
da relação. Naquele ano, São Caetano liderou, iniciando uma seqüência que só seria interrompida em 2002. As posições permaneceram inalteradas até 2005.
O delegado titular em exercício
de São Caetano, Marco Antônio
Álvares, diz que o carro de Antunes pode ter tido um fim diferente
do que o advogado pensa: os desmanches das cidades vizinhas.
A posição do município na lista
é influenciada por um indicador
social positivo: a elevada renda
per capita. O site da prefeitura informa que o rendimento anual
médio por habitante chega a R$
38.486,25. ""Muitos moradores de
classe média alta têm mais de um
carro, mas não podem guardar na
garagem dos prédios por falta de
vagas", explica Álvares. Para ele, a
elevada frota per capita agrava os
transtornos causados pelo déficit.
Lucas Neves participou da 40ª turma do
Programa de Treinamento em Jornalismo Diário da Folha, que teve como patrocinador a Philip Morris Brasil.
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