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São Paulo, segunda-feira, 20 de janeiro de 2003

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Falta de estrutura engessa a UFRJ

DA SUCURSAL DO RIO

A crise fez com que a UFRJ perdesse para a UFPA o título de maior universidade federal do país, levando em conta o número de alunos na graduação.
O reitor em exercício da UFRJ, Sérgio Fracalanzza, afirma que a precária infra-estrutura da instituição tem sido o maior entrave à expansão das vagas na graduação.
Em 2002, a UFRJ chegou a ter a luz de quase toda a universidade e o telefone de algumas unidades cortados por falta de pagamento.
"A meta da UFRJ é expandir o número de vagas, mas sem perder a qualidade. No entanto, vivemos uma crise de infra-estrutura. Quando você aumenta o número de vagas, aumenta também a demanda por infra-estrutura. Por essa razão, é quase impossível pensar, de imediato, em aumento de vagas", diz Fracalanzza.
Apesar das dificuldades, o reitor em exercício (o reitor, Carlos Lessa, licenciou-se para assumir o BNDES) diz que a universidade tem um plano para aumentar em 15% as vagas na graduação. Para isso, a instituição quer diminuir o número de vagas ociosas e aproveitar a estrutura da universidade para oferecer cursos noturnos.
"No caso dos cursos noturnos, o problema é a falta de segurança. Além disso, precisaremos do governo federal para aumentar as vagas sem perder qualidade", diz.
Na UFPA, o reitor Alex Fiúza de Mello também faz coro às críticas de falta de recursos e de infra-estrutura para expandir com qualidade. Segundo Mello, a UFPA conseguiu crescer por causa da oferta de novos cursos na área de licenciatura no interior do Pará e aumentando a relação de professores por alunos.
"A partir de 1986, a UFPA teve o apoio do governo estadual e dos municípios do Pará para expandir os cursos de licenciatura. Naquele ano, só 2% dos professores da rede pública paraense tinham licenciatura plena." Hoje, diz Mello, a porcentagem de professores com licenciatura plena no Estado chega a 30% na rede pública.
"A expansão para o interior foi muito difícil para nós porque tivemos que reduzir vagas de Belém. Hoje, temos dificuldades de repor essas vagas na capital", afirma.
A UFPA tem dez campi e 33 mil alunos atualmente. Em 1990, o número de alunos era de 20 mil. Mas o quadro de docentes permaneceu o mesmo: 1.600 professores. "Temos um professor para 21 alunos. A média nacional é de um para 11 [nas federais]."


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