São Paulo, quinta-feira, 20 de janeiro de 2005

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Gestão anterior feriu a lei, diz secretário

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário de Finanças, Mauro Ricardo Costa, disse ontem que as "atitudes da gestão anterior" feriram, na sua opinião, o Código Penal. Marta Suplicy, portanto, estaria sujeita às punições da Lei de Crimes Fiscais, entre as quais a perda de direitos políticos, por causa da situação em que deixou as contas municipais.
Costa citou como violações à lei a não-inclusão de despesas no Orçamento e o fato de a ex-prefeita ter deixado pendências financeiras sem deixar dinheiro em caixa para pagá-las. Ele ressaltou, porém, que não estava fazendo julgamento. "É o Judiciário que julga." O secretário usa como base o balanço feito por sua equipe sobre a situação financeira deixada por Marta no dia 31 de dezembro, revelado pela Folha no domingo.
Os números apresentados ontem sofreram ligeira alteração em relação à versão anterior do balanço. O valor dos débitos não-incluídos no Orçamento foram reavaliados, passando de R$ 278 milhões para R$ 233 milhões. O saldo de dívidas das estatais passou de R$ 370 milhões para R$ 320 milhões. O déficit final da nova versão é de R$ 1,8 bilhão.
O secretário apresentou uma "versão otimista" do balanço, que considera a possibilidade de apenas 70% dos empenhos (reservas orçamentárias) cancelados no fim do ano passado se referirem a despesas realizadas. Por esses cálculos, o déficit é de R$ 1,6 bilhão.
Segundo Costa, "números mais concretos" serão conhecidos no final de fevereiro. "Nossa expectativa é que [o déficit] seja bem maior do que esse, pois os credores estão aparecendo", disse ele.
Os fornecedores que tiveram empenhos cancelados indevidamente no final de 2004 têm até o dia 31 para solicitar o pagamento. Até as 17h15 de ontem -segundo dia após a abertura para solicitações-, 78 empresas já haviam cobrado o recebimento por despesas realizadas, mas canceladas. As cobranças equivaliam, segundo a secretaria, a R$ 8,6 milhões.
Uma empresa fornecedora de alimentos solicitou o recebimento de R$ 1,7 milhão. A prefeitura calculou em R$ 594 milhões os empenhos cancelados. (CC)

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