São Paulo, quinta-feira, 20 de janeiro de 2005

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BICO-DE-PENA

Colecionadores criam "Pen Collectors", grupo para fazer negociações e contar histórias

São Paulo ganha "clubinho da caneta"

DA REPORTAGEM LOCAL

Para a maioria das pessoas, caneta é só instrumento de escrita. Para alguns, é um objeto de adoração que, agora, os uniu: há um mês, foi inaugurado o primeiro espaço exclusivo do tema, o Pen Collectors de São Paulo.
Em uma pequena sala do centro, há, além da biblioteca, propagandas antigas de marcas clássicas e, claro, canetas raras.
Segundo o presidente da entidade, Mariano Prieto Junior, a meta é ter até 70 sócios (hoje são 20). "Para entrar, a pessoa precisa realmente gostar do assunto", diz. Ainda assim, o clube está aberto a visitas, na rua São Bento, 290. A idéia é ter expor a coleção de cada sócio e reunir interessados em negócios e histórias.
Uma delas quem conta é João Luiz Mendes, 48, diretor financeiro do clube e dono de uma Parker 51, há meio século na família. A história remete a outro modelo, de 1915 e da mesma marca, que trazia como enfeite a suástica, símbolo associado ao nazismo mas que, na época, era uma referência à cultura indiana.
Com o avanço nazista, o dono da empresa, o judeu George Parker, pegou todo o estoque que tinha do modelo com a suástica, enterrou no terreno e construiu um prédio por cima. Restam no mundo só 15 unidades do modelo, cujo valor é estimado em até US$ 40 mil (quase R$ 110 mil).
Há também o valor sentimental. A deputada Luiza Erundina guarda as canetas que usou ao assumir a Secretaria de Educação de Campina Grande (PB), em 1958, o cargo de vereadora em São Paulo (1983) e o Ministério da Administração de Itamar Franco (1993). Mas a Parker 51 com a qual assinou a posse da Prefeitura de São Paulo sumiu na Faculdade de Direito da USP. Segundo a deputada, os alunos contaram que é um trote tradicional do centro acadêmico pegar canetas de pessoas importantes que visitam a faculdade. Para amenizar a perda da então prefeita, o diretor-presidente da Parker, Bernardo Giacometti, deu a ela outro exemplar, de sua coleção particular. (AMARÍLIS LAGE)


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