São Paulo, quinta-feira, 20 de janeiro de 2005

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São Paulo dissemina droga no Rio

DA SUCURSAL DO RIO

Apesar de não ter figurado nas apreensões da PF desde 2002, o Rio vem registrando um aumento do número de usuários de crack. Segundo o diretor do Conselho Estadual Anti-Drogas, Murilo Ásfora, só em 2004 o órgão tratou de 15 dependentes de crack, contra oito em 2003. Antes, só um caso havia sido constatado, em 2001.
Ásfora disse que a disseminação do crack no Rio está ligada à aliança entre as facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital), de São Paulo, e o CV (Comando Vermelho), do Rio, iniciada em 2001. Investigações policiais indicam que o PCC fornece a droga para o CV.
"Antes de 2002, o CV não permitia a venda de crack nas favelas alegando falta de lucro e perda de clientes. Depois que se aliou ao PCC, isso mudou", declarou.
O quilo do crack no Brasil custa entre R$ 4.500 a R$ 5.000, bem menos do que a cocaína, cujo preço varia de R$ 7.000 a R$ 8.000.
Um estudo feito pelo pesquisador César Caldeira, com base em estatísticas da Polícia Civil fluminense, revela que, nos primeiros seis meses de 2004, as apreensões de crack em favelas do Rio quadruplicaram em relação a 2003.
No dia 29 de novembro, a polícia fez a maior apreensão de crack da história do Estado. Foram achados 4,5 kg da droga na favela do Lixão (Duque de Caxias, Baixada Fluminense).
Para Caldeira, uma das razões para o aumento seria o fato de que os atuais traficantes do Rio, por serem mais jovens e desconhecidos, estariam sem crédito com os fornecedores de cocaína e maconha e partiram para a venda de crack em seus redutos.
A Polícia Federal informou ter mapeado as principais rotas de entrada de crack no Brasil, cujos fornecedores são a Bolívia e o Peru. Segundo o delegado Ronaldo Urbano, o crack vindo da Bolívia entra no país pelas cidades fronteiriças do Mato Grosso _como Cáceres_ e chega a São Paulo.


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