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Congonhas deve mudar até 40% dos vôos para Guarulhos
Transferência deve ocorrer por causa das obras de recuperação da pista; medida deve ter início a partir de 27 de fevereiro
Além de Guarulhos, Anac estuda transferir vôos para aeroporto de Viracopos, em Campinas; trabalhos devem ser feitos de madrugada
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As obras de recuperação e
possivelmente de extensão da
pista auxiliar de Congonhas devem transferir até 40% dos
vôos diários do aeroporto para
o aeroporto internacional de
Cumbica, em Guarulhos
(Grande São Paulo).
A reforma começa no dia 27
de fevereiro, se as condições
climáticas permitirem. O
anúncio da obra deverá ser feito pela Anac (Agência Nacional
de Aviação Civil) na próxima
semana.
O trabalho de reforma e ampliação da pista auxiliar e das
pistas de rolamento vai durar
115 dias, com fim previsto para
o dia 22 de junho. Dias depois,
será a vez da pista principal.
Antes do fim desta segunda
obra, a Infraero começa obras
no aeroporto de Guarulhos.
Além de Guarulhos, há a possibilidade de transferência para
Viracopos, em Campinas. Para
minimizar os transtornos, a Infraero pretende intensificar o
trabalho na madrugada e nos
horários de menor movimento.
A primeira proposta do governo era começar a obra no
início de fevereiro, mas as companhias aéreas foram contrárias devido ao Carnaval. Durante o período, há grande volume
de usuários na ponte aérea.
O adiamento sugerido pelas
empresas foi entregue à Anac
no dia 10, quando a agência fez
audiência pública no aeroporto
de Congonhas. Segundo apurou a Folha, a agência acolheu
a idéia e finaliza agora a planilha de transferência de vôos
para outros aeroportos.
Vôos transferidos
De acordo com a Infraero, de
35% a 40% do tráfego da aviação regular de hoje deixará de
pousar no aeroporto de Congonhas. Mas isso também está sob
análise da Anac.
Estudo feito pelo CGNA
(Centro de Gerenciamento de
Navegação Aérea), da Aeronáutica, demonstra que Congonhas possui 48 movimentos
-pousos e decolagens- por
hora, sendo 38 para a aviação
de carreira e outros 10 para jatos executivos e aviões pequenos. Durante a obra, o número
de movimentos cairá para 37 a
cada hora.
A proposta da Anac era dividir estes movimentos concedendo 30 às companhias aéreas
e o restante para a aviação geral. Mas as empresas regulares
apresentaram na audiência pública um levantamento dos últimos anos, mostrando que durante o Carnaval apenas 3 movimentos por hora são utilizados pelos aviões pequenos e jatos executivos.
Aumento da pista
Dado o tamanho da pista auxiliar de Congonhas, não conseguem pousar aviões grandes
como Boeings-737/800 e os
Airbus modelo 320 e 330, basicamente os utilizados pela
TAM e Gol, líderes do mercado.
Anac e Infraero estudam, como alternativa, a ampliação da
pista em 50 metros ou 100 metros, mas não há conclusão sobre o impacto ambiental e as dificuldades de engenharia.
As obras nas pistas de Congonhas visam evitar incidentes
como a derrapagem do Boeing
da Varig ocorrida na última
quarta-feira. Internamente,
técnicos da Infraero admitem
que a falta de reparos nas próximas semanas facilitará a ocorrência de novas derrapagens ou
adernagens -quando o avião
tomba de lado.
Acidente
Na quarta-feira, a aeronave
da Varig precisou girar sobre
eixo para conseguir parar. Desde o ano passado, todos os pilotos são orientados a pousar em
Congonhas com os freios a intensidade reduzida para evitar
derrapagens durante ou depois
de chuvas na capital paulista.
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