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PORTE DE ARMAS
Especialistas acreditam que penas mais duras vão coibir o uso
Para OAB e Judiciário, lei
ajudará a prevenir crimes
da Reportagem Local
Os presidentes da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil),
Guido Andrade, e do Tribunal de
Alçada Criminal de São Paulo,
Luiz Carlos Ribeiro dos Santos,
acham que o projeto aprovado ontem pela Câmara Federal que regulamenta o uso e o porte de armas
no país terá grande utilidade na
prevenção de crimes.
``Ao transformar o porte ilegal
de arma de contravenção penal em
crime, a nova lei coibe o uso generalizado de armas, funcionando
como instrumento de prevenção
de crimes'', disse Luiz Carlos Ribeiro dos Santos.
Segundo ele, o artigo da lei que
diz que a pessoa que for apanhada
com arma de uso proibido (fuzis e
metralhadoras, por exemplo) terá
a pena aumentada para reclusão
de dois a quatro anos se destina a
criminosos de quadrilhas organizadas.
``Por esse artigo, o assaltante de
banco ou o traficante que for surpreendido com um arma proibida
irá para a cadeia, mesmo que não
tenha consumado um crime'', afirmou Santos.
O presidente da OAB-SP, Guido
Andrade, citou o assassinato do
marronzinho da CET (Companhia
de Engenharia de Tráfego) Vagner
de Jesus Freitas, 30, pelo motorista
Cícero Barbosa da Silva, 52, anteontem em São Paulo, após uma
discussão na rua, como um caso
típico de agressão a tiros que poderia, eventualmente, ser evitado
com a nova lei de porte de arma.
``O cidadão que não tem o porte
se sente mais coibido a sair com
uma arma de casa'', afirmou.
``Além dessa lei, o importante é
investir na conscientização da população da não-necessidade de andar armado'', afirmou Andrade.
O presidente da OAB acha que a
pena para o uso ilegal de arma deveria ser de até quatro anos. ``Sendo de dois anos, como prevê a nova lei, a pessoa pode pedir a suspensão condicional da pena.''
Andrade é favorável também que
as armas sejam destruídas imediatamente após a apreensão. ``Elas
não devem ficar em depósitos, a
não ser se forem periciadas. As armas que ficam apreendidas correm o risco de voltar a circular'',
disse o presidente da Ordem dos
Advogados do Brasil.
No ano passado, a OAB e o Tribunal de Alçada Criminal de São
Paulo iniciaram uma campanha de
desarmamento no Estado.
(ANDRÉ LOZANO)
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