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MEDICAMENTOS
Vigilância diz que oferta depende de laboratórios; estes, por sua vez, afirmam que o processo é lento
Benefício de genérico pode demorar 2 anos
AURELIANO BIANCARELLI
PRISCILA LAMBERT
da Reportagem Local
A festejada introdução dos remédios genéricos no país pode
demorar até dois anos para chegar ao bolso do cidadão. Não que
esteja ocorrendo um boicote geral
à legislação, mas é que o processo
é bem mais lento do que as autoridades insistem em dizer que é.
Entre os dez medicamentos registrados como genéricos até agora, só seis deixaram os laboratórios. Dos quatro anunciados na
sexta-feira pelo ministro José Serra, três são de uso hospitalar.
A velocidade do processo de
aprovação dos genéricos, segundo Gonzalo Vecina Neto, diretor
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, depende do interesse dos laboratórios. "Se quiserem,
podemos ter todos os genéricos
essenciais ainda este ano."
Os laboratórios enxergam de
outra forma. Eduardo Gonçalves,
diretor-presidente do laboratório
Greenpharma, diz que a "agência
de vigilância está encontrando dificuldades para analisar tantos
dossiês ao mesmo tempo". O
Greenpharma afirma ter dez pedidos na fila de pré-submissão do
ministério, mas três necessitam
de teste de biodisponibilidade
que pode consumir de quatro a
seis meses. O trâmite na Vigilância pode levar outros quatro.
Enquanto os genéricos não chegam às prateleiras das farmácias,
o consumidor tem uma outra opção que pode representar um expressivo alívio em seu bolso: exigir que seu médico prescreva remédios similares em que confia.
Entre remédios de marca e similares, os preços variam, em média,
40%. Mas a diferença pode até superar os 500% em alguns casos
(veja lista em encarte especial).
"É preciso haver uma mudança
de cultura para que os médicos
receitem similares. Parte desse
processo depende dos pacientes,
que devem cobrar isso do profissional", diz José Erivalder Guimarães, presidente do Sindicato dos
Médicos de São Paulo.
O consumidor só poderá comprar um medicamento similar se
o médico indicar o nome de marca na receita.
O problema é que há muitos similares disponíveis no mercado
que não trazem um nome de marca na embalagem, mas apenas o
nome do princípio ativo. Exemplo: para a Aspirina (marca do
ácido acetilsalicílico da Bayer), há
similares como o Ácido Acetilsalicílico da Teuto e o Ácido Acetilsalicílio da Neo Química.
Nesse caso, para que o consumidor possa comprar um similar,
o médico deve escrever, na receita, o nome do princípio ativo (ácido acetilsalicílico) e do laboratório fabricante do similar (Teuto
ou Neo Química).
Fique atento: se o médico receitar apenas o medicamento de
marca, peça a ele outras opções
mais baratas e que possam substituí-lo de forma segura. Na dúvida,
leve à consulta uma lista de preços
dos medicamentos de marca e
seus similares e faça uma pesquisa, junto com o seu médico, para
saber quais são os remédios mais
baratos que podem substituir
aquele de marca.
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