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Manipular receita é alternativa para baixar custo
da Reportagem Local
Remédios preparados em farmácias de manipulação podem
custar até a metade do preço dos
medicamentos vendidos prontos
nas drogarias. O recurso às farmácias magistrais -como são
chamadas- vêm ganhando novos adeptos diante do aumento
do preço dos remédios.
Em Americana, na região de
Campinas, o geriatra e gastroenterologista Getúlio Thuler vem
prescrevendo receitas para ser
manipuladas como forma de reduzir os gastos de seus pacientes.
"O preço chega a cair até 50%,
mesmo com relação aos similares
mais baratos", afirma.
Ele cita o exemplo do omeprazol, para úlcera, que tem mais de
dez similares com ou sem marca
no mercado. A compra do sal
omeprazol em farmácia de manipulação chega a custar a metade
do preço do similar mais barato.
Thuler também usa o recurso às
fórmulas para associar medicamentos, diminuindo o preço e o
número de ingestões. "Pessoas
idosas costumam ter várias doenças e necessitam de vários medicamentos. A manipulação reduz
o preço e facilita a adesão."
O médico diz que só recorre aos
similares produzidos por laboratórios nos quais confia. E só encaminha receitas para manipulação
a farmácias que conhece. "Hoje o
médico tem que decidir de acordo
com a situação do paciente. Se receitar um remédio que o doente
não pode comprar, ele acabará
não tomando."
Segundo Marco Antonio Perino, presidente da Anfarmag (Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais), o remédio manipulado é às vezes mais caro, mas
acaba resultando em economia
porque o paciente usa a dose exata, "em vez de comprar duas caixas de antibiótico para usar apenas uma e meia".
A associação pretende levar ao
Ministério da Saúde a sugestão de
permitir o fornecimento de remédios fracionados, a granel, às farmácias, como ocorre nos EUA.
Há uma regulamentação de medicamentos manipulados em fase
de consulta pública na Agência
Nacional de Vigilância Sanitária.
Por enquanto, a lei exige que,
para que uma farmácia aceite um
pedido, o médico deve escrever
na receita o princípio ativo, sua
concentração e a dose necessária.
Mas muitos médicos ainda não
estão preparados para isso nem
imaginam que haja essa possibilidade. "Muitos não sabem como
prescrever porque a manipulação
é ainda restrita a algumas especialidades, como dermatologia e endocrinologia", afirma José Erivalder Guimarães, presidente do
Sindicato dos Médicos de São
Paulo.
(AB e PL)
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