São Paulo, quarta-feira, 20 de fevereiro de 2002

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Para o governo estadual, a medida irá facilitar a identificação de criminosos; usuários desse tipo de celular têm prazo de 90 dias

SP promulga lei de cadastro de pré-pagos

DA REPORTAGEM LOCAL

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) promulgou a lei que obriga as prestadoras de serviço de telefonia celular na modalidade pré-pago a manter um cadastro atualizado de todos os seus usuários no Estado de São Paulo. A medida foi publicada ontem no "Diário Oficial" e já está em vigor.
O cadastro deverá conter o nome do usuário, endereço e documento de identidade. Quem já possui um celular pré-pago terá um prazo de 90 dias para fornecer as informações para o cadastro.
Os usuários também ficam obrigados a comunicar a transferência de titularidade ou alterações cadastrais às operadoras. Quem não o fizer poderá ser multado em até dez Ufesps (Unidade Fiscal do Estado de São Paulo). Cada Ufesp vale R$ 10,52. Além disso, poderá ter o sinal bloqueado. As lojas que vendem celulares pré-pagos têm 24 horas para enviar os dados cadastrais do comprador à prestadora de serviço.
O cadastramento de celulares pré-pagos é uma das medidas adotadas pelo governador para tentar reduzir os altos índices de criminalidade no Estado. No mês passado, Alckmin anunciou um plano com 11 tópicos, divididos em quatro partes: polícia na rua, inteligência, equipamentos e prisões com segurança reforçada.
O governo acredita que o cadastramento irá facilitar a identificação dos proprietários de aparelhos utilizados em crimes. Atualmente, a polícia consegue rastrear a ligação de um pré-pago, mas, como não há um cadastro, não é possível saber quem é o dono. O Rio de Janeiro adota o cadastramento de pré-pagos desde 2000.
A princípio, Alckmin havia proposto proibir a venda de celulares pré-pagos. A medida foi apresentada ao presidente Fernando Henrique Cardoso durante encontro em Brasília. FHC chegou a defender a idéia, mas voltou atrás por motivos econômicos e por ser impopular, uma vez que os pré-pagos dominam o mercado.
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), no entanto, não acredita que o cadastramento possa facilitar a identificação de bandidos. No mês passado, depois que Alckmin apresentou sua proposta a Fernando Henrique, o presidente da Anatel, Renato Guerreiro, disse que "é uma medida ineficaz porque o bandido sempre achará uma forma de burlar essa norma".



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