São Paulo, sexta-feira, 20 de fevereiro de 2004

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RIO

Homem afirma ter sido espancado

PM pune 11 policiais suspeitos de tortura

DA SUCURSAL DO RIO

A Polícia Militar do Rio informou ontem ter afastado 11 policiais -dois oficiais e nove praças- do 1º Batalhão (Catumbi, zona central) que estão sendo acusados de torturar Nelis Nelson Souza dos Santos, 31, morador do morro da Coroa (zona central). A suposta agressão ocorreu na última segunda-feira durante uma incursão policial na favela.
A vítima está internada no hospital Souza Aguiar (centro). Segundo reportagem publicada ontem pelo jornal "O Globo", parentes disseram que Santos foi torturado por PMs por cerca de três horas. Os familiares do rapaz afirmaram ainda que ele recebeu choques elétricos, levou chutes na barriga e foi empalado com um cabo de vassoura. Ele teve que submeter a uma cirurgia para reconstituição da bexiga e do reto. Seu estado de saúde é estável.
Em nota oficial, a PM informou ter ouvido Santos ontem e ele disse ter sido espancado por três policiais, mas não citou nomes. Os 11 suspeitos negaram as acusações.
O comandante do 1º Batalhão, tenente-coronel Marcos Alexandre Santos de Almeida, afirmou que todas as denúncias de tortura envolvendo policiais da sua unidade são apuradas. Ele determinou abertura de inquérito policial militar. Segundo o oficial, caso comprove a responsabilidade dos PMs no episódio, eles terão a prisão administrativa decretada.
Os parentes de Santos serão ouvidos hoje em uma audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio.
O episódio de Santos é mais uma denúncia de tortura praticada por policiais no período em que Anthony Garotinho está à frente da Secretaria de Segurança. Há cerca de três semanas, o universitário Rômulo Batista de Melo, 21, morreu em um hospital de Maricá (a 60 km do Rio) após ficar seis dias preso na carceragem da delegacia de Cabo Frio (a 154 km do Rio). Ele foi conduzido até o hospital em um carro da Polícia Civil. O caso não foi esclarecido.


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