São Paulo, Sábado, 20 de Fevereiro de 1999
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CRIME
Vítima recebia ameaças; Ministério Público crê em motivação política
Vereador de Franco da Rocha é assassinado com dois tiros

Renata Freitas/Folha Imagem
Velório do vereador Gilson Gabriel da Rosa, morto anteontem, em Franco da Rocha (Grande SP)



GONZALO NAVARRETE
da Reportagem Local

O vereador de Franco da Rocha (Grande SP) Gilson Gabriel da Rosa (PMDB), 48, foi assassinado com dois tiros na noite de anteontem, no caminho entre a Câmara Municipal e sua casa.
O Ministério Público acredita em crime político. Segundo o promotor João Carlos Calsavara, Rosa denunciou irregularidades cometidas por vereadores de Franco da Rocha.
A denúncia originou uma ação movida pelo Ministério Público, que terminou com o bloqueio dos bens de 13 dos 17 vereadores. A ação está prestes a ser julgada.
Os promotores descobriram que os vereadores viajavam para congressos e apresentavam notas individuais com valores de até R$ 250 por cada refeição. As notas eram reembolsadas depois com dinheiro público.
O delegado titular de Franco da Rocha, João Duran Filho, confirmou que o vereador vinha recebendo ameaças de morte. Familiares disseram que a última ameaça, feita por telefone, ocorreu anteontem.
Em dezembro de 98, Rosa também registrou um boletim de ocorrência dizendo que foi ameaçado de morte pelo presidente da Câmara Municipal, Carlos Aparecido da Silva (PSDB). A ameaça teria ocorrido depois que Rosa, que havia ocupado o cargo, denunciou irregularidades na eleição para a presidência da Câmara e pediu a anulação da votação.
Segundo o delegado, o inquérito para apurar a denúncia de ameaça não foi instaurado porque Rosa não deu continuidade aos procedimentos legais.
"Nossa linha de investigação é de crime político. Os motivos para isso existiam", disse o promotor Calsavara, indicado pela Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo, com mais dois promotores, para acompanhar as investigações. A polícia informou que não tem suspeitos. O presidente da Câmara, não foi localizado ontem. Para uma emissora de TV, ele negou envolvimento com o caso e disse que as divergências com Rosa eram políticas e não pessoais.


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