São Paulo, Sábado, 20 de Fevereiro de 1999
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Gasto com Previdência sobe

da Sucursal de Brasília

A tentativa do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de diminuir as resistências à união civil entre pessoas do mesmo sexo com o projeto de pacto de solidariedade não convenceu o deputado Severino Cavalcanti (PPB-PE), um dos principais opositores ao projeto da ex-deputada Marta Suplicy (PT-SP).
"É um projeto para enganar os bobos. O que ele quer (Jefferson) é o que a Marta queria: o casamento gay. Ele apenas mudou a metodologia", afirmou Cavalcanti.
O projeto da ex-deputada provocou muita polêmica e enfrentou grandes resistências na Câmara originadas, principalmente, nas bancadas católica e evangélica.
A ampliação dos direitos previstos no projeto de Jefferson poderá provocar outro foco de resistência: o governo. A proposta estende benefícios previdenciários, incluindo pensões, a um número maior de pessoas, contrariando a intenção do governo de reduzir cada vez mais os gastos com a Previdência. "O governo não pode aceitar esse projeto. Qualquer pessoa poderá destinar sua aposentadoria para quem escolher. Poderá ser um vizinho, uma tia ou uma sobrinha. É a falência da Previdência", afirmou Cavalcanti.
"No momento atual, o item da Previdência vai ser utilizado pelas pessoas que não querem dar a cara para mostrar o preconceito", disse a ex-deputada Marta Suplicy, prevendo dificuldades para a aprovação do projeto de Jefferson.
Depois de três anos de tramitação, o projeto de Marta Suplicy chegou a entrar na pauta de votação da Câmara durante o período de convocação extraordinária em janeiro, mas nunca foi votado.
Como o projeto já foi aprovado em comissão especial, não será arquivado na legislatura que iniciou com os novos deputados eleitos em outubro do ano passado.
O novo projeto de Jefferson deverá ser beneficiado por um dispositivo do regimento interno e pegar carona na tramitação da proposta da ex-deputada. Como prevê o regimento, a proposta do pacto de solidariedade deverá ser anexado ao de Marta Suplicy e seguir diretamente para votação em plenário sem passar por comissões.


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