da Sucursal de Brasília

O Brasil ocupa o 10º lugar no ranking mundial dos países com maior incidência de tuberculose. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), em todo o mundo, 8,9 milhões de pessoas contraem a doença por ano e pelo menos 2 milhões terminam morrendo por não receber tratamento adequado.
Quase todas as vítimas fatais (98%) vivem em países do Terceiro Mundo. O Ministério da Saúde calcula que 129 mil pessoas contraem tuberculose no país a cada ano, mas em 1998 só foram notificados 82,2 mil casos -63,7% do estimado.
A diferença entre o número de casos registrados e casos estimados é explicada pela deficiência das redes de diagnósticos de Estados e municípios.
São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais são, nessa ordem, os Estados recordistas de casos em 98 -os dados nacionais de 99 só serão consolidados em julho. Juntos, os quatro têm 45.350 pessoas infectadas com tuberculose, mais de um terço do total de casos do país (veja quadro acima).
No ano passado, ao lançar o Plano Nacional de Combate à Tuberculose, o governo federal estabeleceu como meta para 2001 diagnosticar 92% dos casos esperados e curar 85% dos pacientes.
Para 2007 as metas são ainda mais ambiciosas: reduzir a incidência da doença em pelo menos 50% e o número de vítimas fatais, em dois terços.
Para conseguir chegar lá, o Ministério da Saúde vem criando incentivos para que Estados e municípios se empenhem na detecção e cura dos pacientes.
Além do bônus, o ministério aumentou o valor pago pela baciloscopia (exame de escarro) de R$ 2,50 para R$ 4,20.
A expectativa era que o reajuste no preço estimulasse os municípios a realizar mais exames, principal instrumento para identificar se o paciente com sinais de tuberculose de fato tem a doença.
Na avaliação de Antonio Ruffino Neto, coordenador do plano nacional, a estratégia deu certo. Em junho de 99, antes de o preço da baciloscopia ser reajustado, foram realizados 5.247 exames nos hospitais da rede pública. Em dezembro, foram feitos 48.232, um aumento de 819,2%. (DF)




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