São Paulo, segunda-feira, 20 de março de 2000


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Diabetes já é a 5ª causa de mortes

AURELIANO BIANCARELLI
da Reportagem Local

Em menos de uma década, o diabetes do tipo 2 passou do décimo para o quinto lugar no ranking das causas de morte no país. Essa variante, também chamada de mellitus, aparece principalmente em pessoas obesas, acima dos 40 anos, sedentárias e hipertensas. Os filhos de pais diabéticos têm mais chances de pegar a doença. A enfermidade se caracteriza por uma resistência à ação da insulina e a uma diminuição de sua produção pelo pâncreas.
Segundo especialistas, caso governo e instituições não se dediquem à prevenção e ao diagnóstico precoce, a doença tende a aumentar sua incidência como uma das principais causas de morte. Além de estar entre as enfermidades mais caras e mutiladoras.
Em 1987, o Brasil tinha 5 milhões de diabéticos, 90% do tipo 2. Hoje são cerca de 8 milhões.
Da mesma forma que a hipertensão, o diabetes ataca suas vítimas em silêncio. Os sintomas só aparecem oito a dez anos depois. Em geral, a doença acaba levando à morte pelos danos cardiovasculares e cerebrais que provoca. Antes disso, porém, muitas de sua vítimas perdem a visão, os rins e têm as pernas amputadas.
O diabetes já é considerado a maior ameaça ao sistema público de saúde. "Estamos brincando que estamos tratando do diabetes quando não estamos", diz Adriana Forti, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SDB).
No seu Estado, o Ceará, 64,5% não sabem que estão com a doença. Na média do país, metade dos diabéticos não sabem disso.
Esse quadro só mudará com informação, prevenção, diagnóstico precoce e tratamento. Estas são as preocupações da SBD, do Ministério da Saúde e da Federação Nacional das Associações de Diabéticos, que reúne 300 instituições. Uma das bandeiras da federação é a realização de testes a cada dia 14 de novembro, eleito pela Organização Mundial da Saúde como a data de alerta contra o diabetes.
Aqui aparece o outro lado da moeda, dizem os médicos: o que fazer com os diabéticos?
"Não adianta só diagnosticar, é preciso encaminhá-los para tratamento e garantir que receberão medicação adequada", diz Fadlo Fraige, presidente da federação das associações de diabéticos.



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