São Paulo, segunda-feira, 20 de março de 2000


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Paciente hoje faz campanha

da Reportagem Local

No início de 1998, a ex-vendedora Leci Ferreira Rodrigues Alves, hoje com 51 anos, mediu sua glicemia e o resultado deu 98. Pelos critérios atuais, só quem tem acima de 126 miligramas de glicose por decilitro de sangue é considerado diabético.
Um mês depois, não conseguia mais enxergar as placas dos ônibus. Por outros problemas de saúde, Leci vinha tomando corticóide, medicamento que pode causar o diabetes tipo 2. Quando começou a ficar cega, foi encaminhada a oftalmologistas. Todos examinavam seu fundo do olho sem levantar a suspeita de diabetes. "Quando uma médica pediu outro exame de glicemia, notou que tinha passado para 270. Por isso eu estava ficando cega."
Bastou uma redução no açúcar e nas massas e ela voltou a enxergar. Passado o susto, Leci começou a organizar encontros semanais dentro da Pastoral da Saúde da paróquia onde mora, na vila Jaguara (região noroeste de SP).
"Se eu, que lia e me informava, cheguei a ficar cega, o que não estará acontecendo com outras pessoas, eu perguntava."
Todas as quartas-feiras, ela e outros voluntários medem a glicemia de cerca de 120 pessoas na paróquia. "Cada dia aparecem dois ou três diabéticos que não desconfiavam disso", diz Leci. Na semana passada, um deles tinha 420 de glicemia, quatro vezes o desejável. "Ele só se queixava de dores nas pernas." Mais alguns meses e ele teria de amputá-las.



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