São Paulo, quinta-feira, 20 de abril de 2000


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SAÚDE
Secretaria prorroga campanha contra gripe em asilos porque não sabe quantas entidades sem cadastro existem
Número de idosos sem vacina é ignorado

AURELIANO BIANCARELLI
da Reportagem Local

A Secretaria de Estado da Saúde vai retomar em dez dias a vacinação de idosos em asilos que deveria estar terminando hoje. A prorrogação acontece porque nem todas as casas cadastradas foram visitadas e porque o Estado não sabe quantos idosos podem estar vivendo em abrigos clandestinos.
A vacinação contra a gripe em asilos, que começou na segunda-feira e estava prevista para terminar hoje, será retomada depois da campanha nacional, prevista para durar do dia 24 ao dia 28.
Um cadastramento prévio feito pela secretaria -incluindo casas regulamentadas ou não- chegou a um total de 900 asilos em todo o Estado. Destes, 170 estão na capital. O levantamento não indica quantos idosos estão nessas instituições, nem quantos estão regulamentados.
O Gaepi (Grupo de Assistência e Proteção ao Idoso do Ministério Público) informa a existência de um "número significativo de abrigos clandestinos em todo o Estado", mas observa que não há um levantamento sobre isso.
"Estamos pedindo à comunidade que informe as unidades de saúde sobre a existência de casas de abrigos que possam estar fora do roteiro de vacinação", diz Clélia Maria Aranda, diretora da divisão de imunização da Secretaria de Estado da Saúde.

600 mil
Nas semanas anteriores à vacinação, a secretaria criou uma "comissão de mobilização" para promover uma verdadeira "caça" ao idoso. A comissão reúne associações religiosas, pastorais da saúde, sindicatos e comissões de aposentados. Além de rastrear possíveis asilos clandestinos -muitas vezes uma simples casa abrigando de cinco a dez idosos-, a comissão passou a procurar idosos nas próprias famílias.
A preocupação em "caçar" os idosos é compreensível. Profissionais de saúde chegaram a localizar pessoas que vivem acamadas e são ajudadas apenas por outros idosos que mal saem de casa. Em outros casos, a família nem sabia da vacinação.
Apesar desse esforço, é possível que pelo menos 600 mil idosos fiquem sem a vacina. Segundo Clélia, a meta mínima da secretaria para este ano é vacinar 70% dos 2,9 milhões de pessoas acima de 60 anos residentes no Estado. No ano passado, quando a vacinação se destinou a idosos na faixa acima de 65 anos, 83% deles foram vacinados.
Se a campanha deste ano atingir 80%, quase 580 mil ficarão de fora. "É para reduzir essa margem de pessoas sem vacina que estamos convocando toda a comunidade a informar sobre a existência de idosos que possam estar sendo esquecidos", diz a médica.


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