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SAÚDE
Secretaria prorroga campanha contra gripe em asilos porque não sabe quantas entidades sem cadastro existem
Número de idosos sem vacina é ignorado
AURELIANO BIANCARELLI
da Reportagem Local
A Secretaria de Estado da Saúde
vai retomar em dez dias a vacinação de idosos em asilos que deveria estar terminando hoje. A prorrogação acontece porque nem todas as casas cadastradas foram visitadas e porque o Estado não sabe quantos idosos podem estar vivendo em abrigos clandestinos.
A vacinação contra a gripe em
asilos, que começou na segunda-feira e estava prevista para terminar hoje, será retomada depois da
campanha nacional, prevista para
durar do dia 24 ao dia 28.
Um cadastramento prévio feito
pela secretaria -incluindo casas
regulamentadas ou não- chegou a um total de 900 asilos em todo o Estado. Destes, 170 estão na
capital. O levantamento não indica quantos idosos estão nessas
instituições, nem quantos estão
regulamentados.
O Gaepi (Grupo de Assistência e
Proteção ao Idoso do Ministério
Público) informa a existência de
um "número significativo de
abrigos clandestinos em todo o
Estado", mas observa que não há
um levantamento sobre isso.
"Estamos pedindo à comunidade que informe as unidades de
saúde sobre a existência de casas
de abrigos que possam estar fora
do roteiro de vacinação", diz Clélia Maria Aranda, diretora da divisão de imunização da Secretaria
de Estado da Saúde.
600 mil
Nas semanas anteriores à vacinação, a secretaria criou uma "comissão de mobilização" para promover uma verdadeira "caça" ao
idoso. A comissão reúne associações religiosas, pastorais da saúde, sindicatos e comissões de aposentados. Além de rastrear possíveis asilos clandestinos -muitas
vezes uma simples casa abrigando de cinco a dez idosos-, a comissão passou a procurar idosos
nas próprias famílias.
A preocupação em "caçar" os
idosos é compreensível. Profissionais de saúde chegaram a localizar pessoas que vivem acamadas e
são ajudadas apenas por outros
idosos que mal saem de casa. Em
outros casos, a família nem sabia
da vacinação.
Apesar desse esforço, é possível
que pelo menos 600 mil idosos fiquem sem a vacina. Segundo Clélia, a meta mínima da secretaria
para este ano é vacinar 70% dos
2,9 milhões de pessoas acima de
60 anos residentes no Estado. No
ano passado, quando a vacinação
se destinou a idosos na faixa acima de 65 anos, 83% deles foram
vacinados.
Se a campanha deste ano atingir
80%, quase 580 mil ficarão de fora. "É para reduzir essa margem
de pessoas sem vacina que estamos convocando toda a comunidade a informar sobre a existência
de idosos que possam estar sendo
esquecidos", diz a médica.
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