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São Paulo, domingo, 20 de abril de 2003

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Documento da ONU defende o tratamento

DA REPORTAGEM LOCAL

Três motivos podem explicar o fato de poucos países investirem em políticas de tratamento de dependentes químicos. Em primeiro lugar, afirma documento divulgado pelas Nações Unidas na semana passada, está a idéia de que a questão das drogas é problema só de delinquentes.
Segunda explicação: as altas taxas de insucesso dos programas de tratamento -até 70% deles falham. O terceiro ponto que impediria a instalação de redes de tratamento seria a idéia de que a droga é problema de cada um, e não da sociedade, aponta o documento das Nações Unidas.
O custo médio do início de um tratamento ambulatorial de cocaína nos EUA é de US$ 2.722. O custo da dependência não tratada é estimado em US$ 43.200. O argumento econômico é intensamente explorado no texto, com o objetivo de mostrar as perdas que existem para toda a sociedade.
Ao avaliar a idéia de que o uso de droga deva ser combatido com a cadeia, o documento traz mais cifras: um país em desenvolvimento como a Tailândia gastou em 1999 US$ 7 milhões com o tratamento do abuso de drogas. Isso contra US$ 156 milhões do orçamento penitenciário de 2000 (102.505 dos 156.126 reclusos eram narcodelinquentes).
Para contrapor a tese de que os tratamentos não dão certo (e de que por isso não valeria investir neles), o documento faz comparação com as terapias de asma, hipertensão e diabetes.
O documento aponta estudos que mostram que menos de 60% dos diabéticos adultos do tipo 1 completam o tratamento e que menos de 40% dos asmáticos e dos hipertensos o atendem plenamente. "Considerando as taxas de cumprimento e recaída bastante parecidas, é interessante que não se questione seriamente a eficácia dos tratamentos de diabetes, hipertensão ou asma e que também não se discuta se devem ser mantidas as suas coberturas nos serviços médicos", diz o texto.(FL)

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