DA REPORTAGEM LOCAL

Se depender do líder do governo na Câmara Municipal, João Antônio (PT), e das negociações em curso desde a semana passada, deve ser aprovada nesta semana a CPI do Transporte.
O entrave é uma regra do Regimento Interno, que limita a cinco o número de CPIs em funcionamento -as atuais são das escolas de lata, passivo ambiental, antenas, fundo da habitação e valets.
Para contornar o problema, nesta semana deve ser acertado o fim da comissão que investiga as chamadas escolas de latinhas, segundo a Folha apurou. Ela terminaria somente em junho.
"A mim, como líder do governo, interessa muito continuar o trabalho desenvolvido pelo Executivo, que é o de denunciar esses falsos sindicalistas e bater de frente com os interesses do empresariado, que não oferece um serviço bom", disse João Antônio.
"Obviamente que ninguém se negará a investigar nada", disse o petista sobre a possibilidade de a CPI apurar também denúncias envolvendo vereadores.
Até agora, foram citados Myryam Athiê (PPS) e Arselino Tatto (PT), presidente da Câmara, que negam as denúncias. A parlamentar, segundo a acusação, teria intercedido a favor da viação Cidade Tiradentes em um período em que a empresa, hoje fechada, estava sob intervenção. Tatto teria recebido dinheiro de um empresário para sua campanha à presidência do Legislativo.
Os dois nomes foram citados por Marco José Cândido da Silva, que intermediou a venda da Tiradentes e está preso por suspeita de fraude na negociação.
"Seria leviano da nossa parte dizer que vereadores estão envolvidos, mas são denúncias graves que têm de ser investigadas", afirmou, ontem, o delegado da Polícia Federal Nivaldo Bernardi.
Apesar da aprovação da CPI ser um consenso, há polêmica sobre quem irá presidi-la. O PSDB defende que a comissão não seja presidida por um governista, mas o PT, que tem maioria, não deve aceitar isso essa hipótese.



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