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SEGURANÇA
Secretário e Benedita da Silva criticam ação do Ministério Público no presídio Bangu 1, chamando-a de abusiva
Governo do Rio quer se livrar de Beira-Mar
SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO
O secretário da Segurança Pública do Rio, Roberto Aguiar,
quer a transferência imediata de
Luiz Fernando da Costa. "Quero
Fernandinho Beira-Mar fora do
Rio", afirmou.
A transferência, porém, depende de decisão judicial. O Superior
Tribunal de Justiça ainda precisa
apreciar um recurso da secretaria
contra a decisão da Vara de Execuções Penais de Brasília de enviar Beira-Mar para o Rio.
Até abril, o traficante estava preso na Superintendência da Polícia
Federal em Brasília. Condenado a
21 anos de prisão, ele solicitou,
por meio de seus advogados, a
transferência para o Rio, onde
mora sua família. A Justiça acolheu o pedido.
Considerado um dos principais
fornecedores de drogas para as favelas controladas pelo CV (Comando Vermelho), no Rio, Beira-Mar foi preso na Colômbia em
abril do ano passado.
Críticas
O secretário Roberto Aguiar
criticou a ação do Ministério Público Estadual no presídio Bangu
1 e classificou a atitude dos promotores de "histérica, truculenta
e autoritária". "O Ministério Público saiu dos seus limites ao querer demitir pessoas e proibir a entrada do secretário de Justiça
[Paulo Saboya" em Bangu 1, o que
é inconstitucional."
O Ministério Público informou
que não comentaria as críticas das
autoridades estaduais.
A governadora Benedita da Silva (PT) voltou a criticar a atitude
do Ministério Público, chamando-a de abusiva, e reclamou do fato de os promotores terem atuado
em conjunto com a Polícia Federal, em vez de procurar a polícia
do Estado. Ela disse que a investigação dentro de Bangu 1 já estava
sendo feita pelas secretarias de
Justiça e de Segurança, mas que
foi "atropelada" pela Promotoria.
"Há 20 dias, pedimos à Justiça
autorização para rastrearmos as
ligações dentro do presídio, porque já tínhamos informações sobre esses telefonemas, mas ainda
não havíamos obtido resposta."
Segundo o presidente da OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil) no Rio, Octavio Gomes, o Ministério Público cometeu abuso
de autoridade ao impedir a entrada do secretário de Justiça no presídio. "Eles têm autonomia para
agir sem comunicar suas investigações a mais ninguém, mas não
podem impedir a entrada de um
secretário, que tem foro especial."
Para o presidente do Tribunal
de Justiça do Rio, Marcus Faver,
"eles podem ter preparado a ação
de forma a garantir o sigilo, mas
erraram ao barrar o secretário."
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