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Para ministro, traficante caiu em armadilha
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Justiça, Miguel
Reale Júnior, insinuou ontem que
o traficante Luiz Fernando da
Costa, o Fernandinho Beira-Mar,
teria caído em uma armadilha ao
utilizar a rede de telefonia dentro
do presídio de segurança máxima
Bangu 1, no Rio de Janeiro.
"Ele estava sendo monitorado
aqui [em Brasília" e talvez não tenha imaginado que seria monitorado lá. Foi por meio desse monitoramento que se tomou conhecimento de uma rede de informações que desmonta a estrutura
que estava se criando dentro de
um presídio de segurança máxima", disse Reale Júnior.
Antes de ser transferido para o
Rio, onde já é condenado, Beira-Mar estava preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde chegou a utilizar por algum tempo um celular que estava sendo monitorado.
Tática
Segundo a Folha apurou, a Polícia Federal sabia que Beira-Mar
utilizava um celular durante a sua
permanência na superintendência, em Brasília, mas não apreendeu o aparelho para poder rastrear as conversas.
Isso só ocorreu quando a utilização do aparelho foi divulgada
pela imprensa. Desde então, o traficante só conseguiu se comunicar novamente com os integrantes de sua quadrilha quando voltou para o Rio, segundo a PF.
Como a polícia já estava investigando os integrantes da quadrilha
de Beira-Mar, assim que ele passou a se comunicar com outros
traficantes foi possível descobrir
seus planos por meio das conversas gravadas a pedido do Ministério Público do Rio.
A assessoria da Polícia Federal
informou que o órgão aguardará
uma comunicação do Ministério
Público para aprofundar as investigações sobre a atuação da quadrilha do traficante.
Sobre a atuação do traficante
em Bangu 1, o presidente do STF
(Supremo Tribunal Federal),
Marco Aurélio Melo, disse que a
atual situação da segurança pública é altamente preocupante e que
as instituições precisam atuar.
Ele defendeu o afastamento e a
punição de funcionários dos presídios que sejam corruptos e que
auxiliam os traficantes.
"Temos que punir aqueles que
se desviaram da boa conduta.
Sem dúvida alguma, não posso
imaginar que tudo isso tenha
ocorrido sem o conhecimento daqueles que estavam dirigindo e
trabalhando na penitenciaria",
disse Marco Aurélio.
FHC
O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem "que a
coisa vai mal" quando zonas de
algumas cidades são controladas
por um "chefão ou um chefinho".
Para ele, é preciso que o Estado
retome a ordem nas regiões controladas pelo narcotráfico.
Ontem, a Secretaria Nacional de
Justiça colocou à disposição do
governo do Rio R$ 160 mil para
compra e instalação de bloqueadores de telefones celulares no
presídio de Bangu 1.
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