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Anvisa apura falha em processo de transfusão
DA FOLHA RIBEIRÃO
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária vai apurar se houve
falhas no processo de transfusão
de sangue que contaminou uma
criança no Hemocentro de Ribeirão Preto (314 km de SP).
Segundo a gerente-geral de sangue, tecidos e órgãos da agência,
Beatriz Mac Dowell Soares, há
apenas indícios de que a contaminação de I.C.N.S., de dez anos,
ocorreu porque o exame de HIV
do sangue coletado ocorreu dentro da "janela imunológica".
"Tudo leva a crer que realmente
esse fato ocorreu no período de
janela imunológica, mas isso só
será confirmado depois de verificar todos os registros, todas as
anotações, processos, os kits que
foram usados, os reagentes."
A janela imunológica, versão
dada pela direção do Hemocentro
para a contaminação da criança, é
o período em que o vírus do HIV
não pode ser detectado pelos exames realizados atualmente. Esse
prazo é hoje de 22 a 28 dias.
Ainda segundo Beatriz, o Hemocentro de Ribeirão descartou
as amostras de sangue do doador
contaminado de uma doação realizada em agosto.
De acordo com recomendações
da Anvisa, os hemocentros do
país devem guardar as amostras
por pelo menos seis meses. Beatriz afirma que essa preservação
será, agora, obrigatória.
A contaminação da garota de
dez anos foi anunciada pelo direção do Hemocentro anteontem.
I.C.N.S. foi submetida a uma cirurgia, em fevereiro de 2001, para
retirada de parte do intestino na
Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Por ter perdido muito sangue,
ela recebeu a transfusão.
A criança recebeu sangue de
uma doação realizada em janeiro.
O mesmo doador contaminado
fez outra doação meses depois,
quando o vírus foi descoberto.
Beatriz afirmou que a apuração
do assunto, um procedimento
normal da agência, será feita em
conjunto com a Secretaria de Estado de Saúde e não tem um prazo
definido para terminar.
Além da apuração da Anvisa, o
Ministério Público da Infância e
Juventude de Ribeirão instaurou
inquérito para investigar o caso.
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