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RECOMEÇO
Casa muda de nome, troca Brahma pela Kaiser e pretende atrair nova geração sem acabar com tradição
Bar Brahma faz 'reciclagem' e reabre
PRISCILA LAMBERT
da Reportagem Local
O tradicional Bar Brahma, próximo à esquina das avenidas Ipiranga e São João, ganhou novo nome
-passa a se chamar São João
677-, novo patrocinador e reabre
na próxima quarta-feira com mudanças que visam atrair uma nova
geração de clientes.
Em seus anos de glória -décadas de 50 e 60-, o bar-restaurante
se diferenciava pela sofisticação do
ambiente e do atendimento. O restaurante reunia membros da alta
sociedade e o bar concentrava boêmios da velha-guarda paulistana.
Nos últimos anos, o local passou
a ser frequentado por clientes de
menor poder aquisitivo, que trabalhavam no centro da cidade e lá
faziam suas refeições.
Agora, em parceria com a Kaiser,
a casa está investindo na diversificação do chope como chamariz do
público jovem. O bar irá oferecer o
chope claro (R$ 1,50), escuro,
bock e Heineken (R$ 1,80).
Com equipamentos importados
da Europa para higienização dos
copos e dispensação (processo de
tirar o chope), a Kaiser -que investiu cerca de R$ 50 mil no bar-
garante que o chope será servido a,
no máximo, 3øC.
A arquitetura da casa foi restaurada e mantida nos moldes dos
anos 50. A diferença, segundo Antonio Mello, um dos sócios, é que o
atendimento será mais informal, e
os preços, acessíveis.
O cliente pode tomar chope em
qualquer dos quatro ambientes do
São João 677 -bulevar, salão
principal, bar e mezanino. A mesma coisa para as refeições. Antes
da reforma, havia distinção entre o
local de jantar e aperitivos.
Os serviços do restaurante também mudaram. Para fazer o novo
cardápio, os donos convocaram o
chef Georges Heideier, responsável pelo toque alemão das refeições
na década de 50. O menu volta a ter
os clássicos eisbein, kassler, goulash e pato à hamburguesa.
Os tradicionais da casa -sopa
de cebola, carpaccio, polvo à provençal e bacalhau ao forno- vão
ser mantidos. O almoço passará a
ser servido apenas aos sábados,
domingos e feriados.
De acordo com Mello, o espírito
da casa será o mesmo, com mudanças para ampliar o público alvo. "Estamos mudando apenas de
fornecedor e de nome. A história
do bar continua viva."
Segundo o sócio, a casa ultimamente também estava sendo muito visitada por saudosistas. "Um
dia eles deixam de existir. A idéia é
criar uma nova geração de clientes
que faça sua história e venha curtir
o saudosismo aqui no futuro", diz.
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