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Operação apreende aviões do tráfico
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
A Polícia Federal apreendeu e
lacrou pelo menos cem aeronaves
clandestinas nos últimos cinco
dias na operação de combate ao
narcotráfico batizada de Aeron,
na região do baixo Amazonas, no
Pará e em Mato Grosso.
A região serve como uma das
principais pontes de transporte
de cocaína das zonas produtoras
de droga na Colômbia (como Cali
e Medellín) para o Rio de Janeiro,
São Paulo e Minas Gerais.
"Como a distância entre as zonas produtoras de droga e a região Sudeste do Brasil é muito
grande, os pilotos dos aviões utilizam essa região como ponto de
reabastecimento", disse o delegado da Unidade de Projetos Especiais da PF Mauro Spósito.
Segundo a PF, a droga sai de
avião de duas áreas da Colômbia:
a amazônica e a região de Orinóquia. As aeronaves pousam em
pistas clandestinas para reabastecer e fazer reparos e depois seguem vôo até a região Sudeste do
Brasil, onde a droga é distribuída.
A operação da PF tem o apoio
da Polícia Militar, da Receita Federal e da Força Aérea Brasileira.
A operação Aeron, que começou na última quinta-feira e deve
durar mais três meses, utiliza
aviões, helicópteros e lanchas.
Os agentes também apreenderam cem mil litros de combustível
clandestino, que reabasteceriam
pequenas aeronaves. Cada avião
chega a transportar 300 quilos de
cocaína por viagem.
Pistas em garimpos
Foram identificadas na região
432 pistas de pouso, principalmente em áreas de antigos garimpos. As pistas serão dinamitadas.
Até ontem à tarde, não tinham sido feitas prisões nem apreensões
de drogas. "O objetivo principal é
desestruturar o sistema de produção da droga e identificar pistas
clandestinas", diz Spósito.
Para facilitar o transporte, os
traficantes contratam pilotos que
atuavam em garimpos. As rotas
de pouso mais utilizadas estão no
Pará, nos municípios de Itaituba,
Santarém e Novo Progresso.
Anteontem, os agentes fecharam em Itaituba uma oficina de
aviões. Foram apreendidos motores e peças que poderiam servir
para a adulteração das aeronaves.
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