São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 2002

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POLÍCIA FORA DA LEI

Inquéritos foram enviados ao tribunal

TJ centraliza investigações sobre tortura a presos recrutados pela PM

DA REPORTAGEM LOCAL

O Tribunal de Justiça de São Paulo vai centralizar as investigações sobre a suposta tortura cometida por policiais militares do Gradi (Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância) contra presos que trabalharam infiltrados em quadrilhas pelo serviço de inteligência da PM.
Por determinação da Secretaria da Segurança Pública do Estado, as polícias Civil e Militar enviaram seus respectivos inquéritos, sem concluí-los, para o TJ.
O caso será investigado agora pelo desembargador Sinésio de Souza, membro do Órgão Especial do TJ -que reúne os 25 desembargadores mais antigos. Souza foi designado por sorteio na última quinta-feira.
O TJ foi acionado por causa do envolvimento de dois juízes, que autorizaram grampos telefônicos e liberaram detentos para o Gradi, e do secretário da Segurança Pública do Estado, Saulo de Castro Abreu Filho, a quem o Gradi estava subordinado.

Infiltrações
O desembargador-relator vai atuar como delegado. O resultado desse ""inquérito judicial" será enviado depois para o procurador-geral de Justiça, Luiz Antônio Guimarães Marrey, que decide se denuncia ou não os envolvidos.
Marrey designou três procuradores para acompanhar o caso: Antonio Visconti, Clóvis Almir Vital de Uzeda e Jobst Dieter Horst Niemayer. Outras três ações do Gradi continuam sob investigação da Polícia Civil, acompanhada pelo Ministério Público.
Sete presos trabalharam para a PM, de fevereiro do ano passado a abril deste ano, em ações como a que resultou na morte de 12 supostos integrantes do PCC, em março, em Sorocaba.
O Gradi é investigado por suspeita de tortura, abuso de autoridade e homicídio.
Hoje, às 15h, entidades de direitos humanos fazem um ato na Assembléia Legislativa contra o Gradi. Cerca de 30 entidades assinaram um documento em que pedem a saída do secretário da Segurança. Os dois juízes que apoiavam ações do Gradi, Octávio Augusto Machado de Barros Filho e Maurício Lemos Porto Alves, foram afastados pelo TJ.
As infiltrações de presos foram suspensas em abril, após a posse do novo comandante-geral da PM, Alberto Silveira Rodrigues.


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