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SAÚDE
Pesquisa da Faculdade de Saúde Pública mostra que adesão ao aleitamento até os seis meses é maior onde há ações de incentivo
Apenas 14% dos bebês recebem leite da mãe
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Pesquisa realizada pela Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo) com
34.435 crianças em 111 municípios do Estado mostra que apenas
13,9% dos bebês de até seis meses
são amamentados exclusivamente com leite materno.
O aleitamento materno até essa
idade é uma orientação da OMS
(Organização Mundial de Saúde).
A prática reduz as chances de
mortalidade e oferece proteção
contra doenças, principalmente
diarréia e infecções respiratórias.
No estudo, feito como tese de
doutorado da médica pediatra
Sônia Isoyama Venâncio, ficou
demonstrado que quanto maior o
número de ações de incentivo à
amamentação implantadas pelo
município, maiores serão as
chances de o aleitamento ser exclusivo até o sexto mês.
Venâncio avaliou oito ações que
constam do Programa Nacional
de Incentivo ao Aleitamento Materno, do Ministério da Saúde. A
conclusão foi que, em municípios
com cinco ações de incentivo,
22,4% das crianças são amamentadas até os seis meses. Em municípios com quatro ações, o índice
é de 21,5% e, com três, cai para
12,4%. Com a inexistência de programas, o índice vai a 10,2%.
Segundo a pesquisadora, entre
os fatores relacionados à mãe que
levam à interrupção do aleitamento precocemente, estão o baixo nível de escolaridade, a paridade (primeiro filho) e a idade (jovens até 20 anos).
A pesquisa revelou ainda que os
meninos têm menos chances de
serem amamentados exclusivamente até o sexto mês. "As mães
acham que eles sentem mais fome
e acabam dando complemento
alimentar, o que não é recomendado pela OMS", diz Venâncio.
De acordo com a pesquisadora,
nas localidades onde há ações voltadas ao aleitamento exclusivo, as
crianças atendidas pelo SUS têm
mais chances de serem amamentadas com leite materno até o sexto mês de vida em relação àquelas
que utilizam a rede privada.
Para Maria Lúcia Futuro, uma
das coordenadoras do grupo carioca de incentivo à amamentação "Amigas do Peito", o principal problema da baixa adesão ao
aleitamento materno é a falta de
apoio durante a gestação. "Quando elas [as mães] entendem o
conceito [do aleitamento] e encontram apoio, dificilmente interrompem a amamentação", diz.
O estudo faz parte de projeto
desenvolvido pelo Instituto de
Saúde da Secretaria de Estado da
Saúde que visa identificar a população vulnerável ao desmame precoce para que os municípios possam intervir. Os dados, coletados
em dias de vacinação, são de 99.
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