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São Paulo, quarta-feira, 20 de agosto de 2003

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PANORÂMICA

POLÍCIA

Extorsão lidera ranking de reclamações da população contra a PM fluminense
As denúncias de extorsão lideram a lista de reclamações sobre a Polícia Militar que foram recebidas pela Ouvidoria da Polícia do Estado do Rio entre março de 1999 e junho deste ano.
Segundo levantamento publicado no "Diário Oficial" na sexta, das 5.446 queixas contra a corporação, 759 (14%) se referem à extorsão. No caso da Polícia Civil, a principal reclamação é a má qualidade no atendimento nas delegacias e nos órgãos técnicos. Desde 99, o item representa 22% das queixas.
Em quatro anos e três meses de funcionamento, a Ouvidoria recebeu 5.596 telefonemas, das quais só 150 foram de elogios. Das 5.446 queixas, 14% foram confirmadas. Maria do Carmos Alves, ouvidora, se disse surpresa com o alto índice de denúncias de extorsão. "É desagradável, mas é a realidade."
Segundo as estatísticas, as denúncias resultaram na punição de 439 policiais. Entre os PMs, 393 eram praças (soldados, cabos e sargentos) e 25, oficiais. Já na Polícia Civil, foram 20 agentes e auxiliares e um delegado.
A pesquisa "Missão Investigar, Entre o Ideal e a Realidade de Ser Policial", iniciada em 2001 e concluída neste ano pela Claves (Centro Latino-Americano de Estudos Sobre a Violência), da Fundação Oswaldo Cruz, pode explicar os motivos das reclamações, pelo menos em relação à Polícia Civil.
O estudo revela que 71,2% dos policiais civis não passaram por cursos de formação depois que ingressaram na corporação. A pesquisa constatou ainda que 74,5% consideram o treinamento que receberam insuficiente e 51% o acham inadequado.
Até a conclusão desta edição, o comandante-geral da PM, coronel Renato Hottz, e o chefe da Polícia Civil, Álvaro Lins, não foram encontrados para comentar as estatísticas da Ouvidoria. (DA SUCURSAL DO RIO)


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