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São Paulo, sábado, 20 de setembro de 2003

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CENÁRIO DE UM CASAMENTO

Mais de 400 pessoas trabalham nos preparativos da cerimônia, que deve reunir 600 convidados

Hoje, Marta dirá sim a Luis Favre em cerimônia no interior de São Paulo

Antônio Gaudério/Folha Imagem
Vista aérea da Estância Santa Rita de Cássia, em Itupeva, onde será realizado o casamento de Marta Suplicy e de Luis Favre


DA REPORTAGEM LOCAL

Hoje, às 13h, São Paulo deve voltar os olhos para sua prefeita, Marta Suplicy (PT), 58, mãe de três filhos, avó de dois netos, que diz "sim" a Luiz Favre, 54, ex-militante trotskista, quatro filhos de quatro ex-mulheres, em festa particular no interior do Estado.
O casamento acontece num sítio em Itupeva (75 km de SP), de uma amiga de infância de Marta, local escolhido segundo a própria para que um assunto pessoal não atrapalhe o dia-a-dia da cidade que comanda.
Pela posição da noiva -que tem o cargo executivo mais importante ocupado por uma mulher no Brasil atual- e por seu passado -uma ex-sexóloga filha de família tradicional paulistana, tornada política influente e casada por 36 anos com um senador da República-, o casamento vem atraindo atenções.
A começar pelos padrinhos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Marisa estão entre os convidados dela, mas deram o seu aceite após semanas sem confirmação. A reticência tinha nome: Eduardo Suplicy, amigo íntimo de Lula e ex-marido de Marta.
Marta começou a se encantar por Favre há três anos, quando uma irmã da prefeita morreu de câncer em Paris, onde o franco-argentino morava na ocasião. Logo o casal se separou, e o senador nunca deu mostras de ter superado totalmente o episódio.
Lula estava entre dois fogos, pois se sentia em dívida com o noivo. Na campanha de 89, quando Fernando Collor trouxe a público Lurian, filha fora do casamento do petista, Favre e sua então mulher, Marília Andrade, acolheram a menina em Paris.
Foi preciso que Eduardo Suplicy escrevesse uma carta "liberando" o amigo presidente para que ele dissesse sim a Marta. O senador, que não foi convidado à cerimônia, arrumou-se uma viagem oficial ao Equador.
Os preparativos movimentam a Estância Santa Rita de Cássia, onde acontece a cerimônia. O acesso à entrada principal é feito por uma estrada de terra e a vizinhança, composta por chácaras de luxo, é tranquila. Ontem, porém, carros, furgões e caminhões entravam e saíam com material para a festa, além dos helicópteros que sobrevoavam o local.
Por conta da presença de Lula, policiais federais fizeram uma varredura no terreno e simularam esquemas de segurança.
Fora a segurança, cerca de 400 pessoas trabalhavam no local, segundo um dos funcionários.
Parte do trabalho estava concentrada na finalização das duas tendas, montadas perto dos dois lagos do sítio -um dos quais possui o formato de um coração. Na tenda maior, ficarão o palco e o salão de festas. Na menor, será celebrado o casamento.
O casal distribuiu 200 convites para o casamento, mas são esperadas cerca de 600 pessoas. Mas muitos ficarão de fora, como vereadores da bancada governista. Foi o caso do vice-líder do PL, Viviani Ferraz. Até ontem, ele "preferia acreditar que houve um problema na entrega, devido à greve dos Correios".

Colaborou o "AGORA"


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