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RETIRADA
Operação retirou 2.800 pessoas de área da CDHU
Moradores enfrentam a PM para evitar ação de despejo
Ormuzd Alves/Folha Imagem
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Policiais militares afastam pessoas do local onde um barraco foi incendiado, no Jardim S. Carlos |
da Reportagem Local
A desocupação de uma favela
na zona leste de São Paulo transformou as ruas do Jardim São
Carlos em um campo de batalha.
Cerca de 2.800 pessoas que viviam irregularmente dentro de
uma área da CDHU (Companhia
de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) foram despejadas
ontem de manhã, em operação
que envolveu mais de 200 policiais militares.
Houve reação ao despejo e 11
pessoas ficaram feridas em confrontos que aconteceram durante
todo o dia, incluindo um policial.
Três pessoas acabaram presas.
A Polícia Militar usou gás, bombas de efeito moral e balas de borracha contra as pedras atiradas
pelos moradores.
A área em disputa estava ocupada há cinco anos por moradores
despejados da favela do Jardim
Limoeiro, na mesma região.
No final de julho deste ano, o
juiz Wanderley Sebastião Fernandes, da 6ª Vara da Fazenda Pública, decidiu pela retirada das famílias, a ser realizada em 90 dias.
Até ontem, às 18h, ainda havia
moradores da favela sem saber
para onde iriam. A CDHU providenciou um barracão para guardar os móveis e dez vagas em um
abrigo provisório.
""Só me restou uma coisa: vou
roubar quem tem. Só devo respeito aos pais de família", disse o catador de papel Eugênio Márcio,
38, que vivia na favela com a mulher e quatro filhos -todos com
menos de dez anos.
Segundo a CDHU, era preciso
retirar as famílias, para regularizar o loteamento. ""Tentamos negociar uma saída voluntária , o
que não deu certo", disse Vitor
Gomes, 51, procurador da CDHU.
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