São Paulo, Quarta-feira, 20 de Outubro de 1999
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POLÍCIA

Governo distribui hoje prêmios de R$ 500 a R$ 3.083 a policiais militares e civis de três áreas de atuação

Rio premia policial que reduz violência

FERNANDA DA ESCÓSSIA
da Sucursal do Rio

O governo do Estado do Rio distribui hoje cerca de R$ 1,5 milhão em prêmios de R$ 500 a R$ 3.083 a policiais civis e militares em cujas áreas de trabalho foram verificadas as maiores reduções dos indicadores de violência de agosto para setembro deste ano. É a primeira vez que o prêmio é concedido.
São 3 as áreas premiadas, dentre as 34 áreas integradas de segurança pública: a área 19, dos bairros de Copacabana e Leme, na zona sul do Rio; a área 20, que inclui os municípios de Nova Iguaçu, Belford Roxo, Nilópolis e São João de Meriti, na Baixada Fluminense; e a área 11, onde ficam a cidade de Nova Friburgo e adjacências.
Essas áreas tiveram, na avaliação da Secretaria da Segurança, as maiores reduções dos índices de violência em setembro. Os homicídios dolosos, por exemplo, caíram 55% na região serrana, 33% em Copacabana e no Leme e 20% nos municípios da Baixada.
Os roubos e furtos de veículos caíram 23% na área 20, 20% na área 19 e 10% na área 11.
Segundo o subsecretário de Pesquisa e Cidadania, Luís Eduardo Soares, os critérios para análise foram a redução dos crimes fatais (homicídios, encontros de cadáver etc.) e dos crimes contra o patrimônio (roubos de veículos, roubos a residências, bancos etc.).
O bônus de R$ 500 não é incorporado ao salário. Funciona apenas como um prêmio por um determinado mês de trabalho.
No governo passado, houve uma premiação para os policiais -conhecida como "gratificação faroeste", que dobrou as mortes de civis provocadas pela PM.
Desta vez, a gratificação não será individual, mas distribuída a toda a equipe de policiamento (civil e militar) da área premiada, do soldado ao coronel, do carcereiro ao delegado. "Vamos premiar a equipe, a integração, não a ação individual", afirmou Soares.
Os dados da secretaria ainda revelam que, mesmo nas áreas premiadas, ainda há alguns problemas a serem solucionados.
Os bairros de Copacabana e Leme, por exemplo, têm 3,55 policiais para cada grupo de mil habitantes, coeficiente cinco vezes maior que o da a área 20 (Belford Roxo, Nilópolis, São João de Meriti e Nova Iguaçu) -0,71 policiais por mil habitantes. Na Baixada, o índice de homicídios dolosos por 100 mil habitantes (3,68) é seis vezes maior que na área de Copacabana e Leme (0,59).
O secretário da Segurança, Josias Quintal, disse que Copacabana e o Leme têm uma população flutuante (moradores de rua, pessoas que apenas trabalham na região e turistas) muito maior que a fixa, e isso explica o policiamento mais ostensivo. Ele reconhece, porém, um déficit de policiamento na área da Baixada.


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